Na madrugada de sábado, a Força Aérea de Israel intensificou suas operações no Oriente Médio ao realizar um ataque aéreo direcionado contra instalações militares no Irã. Em resposta a um ataque com mísseis balísticos ocorrido no dia 1º de outubro, as autoridades israelenses confirmaram que o alvo era exclusivamente militar, sem detalhar imediatamente o alcance dos danos. Esse ataque faz parte de uma tensão crescente entre Israel e o Irã, ampliando um conflito que já se estende por décadas.
De acordo com fontes locais, o som de explosões foi ouvido em Teerã, com relatos de pelo menos sete detonações que abalaram a região. Os sistemas de defesa aérea iranianos foram acionados ao redor da capital, tentando interceptar o que a mídia estatal falou como “alvos hostis”. As autoridades iranianas, por sua vez, fecharam o espaço aéreo de Teerã por um período inicial de 4,5 horas, uma medida defensiva raramente utilizada pelo país.
Tensão crescente entre Israel e Irã
A situação entre Israel e o Irã aumentou significativamente após ataques mútuos em outubro, com o Irã lançando dois ataques com mísseis balísticos como retaliação a supostos ataques de Israel contra o Hezbollah no Líbano. Israel, ao se posicionar em defesa, afirmou que como qualquer outra nação soberana, tem o direito de se proteger contra ataques vindos de sete frentes diferentes, incluindo o próprio território iraniano. A Força Aérea israelense mobilizou mais de 100 jatos de combate para essa operação.
Esse conflito tem raízes profundas, remontando à Revolução Islâmica de 1979, quando o Irã desenvolveu uma postura anti-Israel, que desde então o considerou uma ameaça estratégica. Nas últimas décadas, Israel e Irã mantiveram uma “guerra de sombras” que inclui operações clandestinas, ataques cibernéticos e até mesmo sabotagens a cientistas nucleares iranianos. A recente intervenção representa uma abertura maior deste conflito.
Reforço militar dos EUA e a situação geopolítica
Com o aumento da tensão entre Israel e o Irã, os Estados Unidos também têm reforçado sua presença militar na região. Na sexta-feira, 25 de outubro, o Comando Central dos EUA (CENTCOM) anunciou a chegada de uma frota de caças F-16 do 480º Esquadrão de Caça, da Base Aérea de Spangdahlem, na Alemanha, ao Oriente Médio. Embora o local específico para onde essas aeronaves tenham sido direcionadas não tenha sido confirmado, fontes sugerem que elas pousaram na Base Aérea Prince Sultan, na Arábia Saudita.
Essa entrega faz parte de uma estratégia dos EUA para proteger seus aliados na região, especialmente diante do aumento da ameaça iraniana. De fato, além dos F-16, a presença militar norte-americana na área inclui esquadrões de caça F-15, F-22 Raptors e uma variedade de navios da Marinha que já operam no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho. Esse aparelho bélico também atua como uma advertência ao Irã sobre o risco de ações mais amplas contra Israel ou outros aliados dos EUA.
A reação do Governo Americano e a resposta de Israel
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que esteve recentemente em visita ao Oriente Médio, pediu cautela a Israel para evitar a escalada da violência na região, especialmente em relação às instalações nucleares iranianas. Entretanto, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Sean Savett, reforçou que Israel tem consequências específicas a alvos militares no Irão, embora detalhes específicos ainda não tenham sido divulgados.
Para Israel, a operação representa uma resposta firme a um conflito que só tem se intensificado desde o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro de 2023. Nos últimos anos, a Força Aérea de Israel direcionou esforços contra o Hezbollah, aliado do Irã, que lançou ataques contra o território israelense a partir do Líbano. Além disso, ataques aéreos israelenses na Síria e no Líbano também resultaram na morte de figuras militares iranianas de alta patente, exacerbando a tensão com o Irã.
A guerra de sombras entre Força Aérea de Israel e Irã
Israel e Irã, historicamente rivais, estão presos em uma longa e complexa “guerra de sombras”, que inclui ataques mútuos e operações secretas ao longo dos anos. Entre sabotagens a instalações nucleares e ataques cibernéticos, ambos os países estão engajados em operações para limitar o poder de outra região. Com a recente retaliação de Israel aos ataques balísticos do Irã, o cenário no Oriente Médio se torna ainda mais assustador.
A batalha também envolve o uso de mísseis e drones, além de ataques que, embora “limitados”, demonstram a capacidade militar e a determinação de ambas as nações em manter suas posições estratégicas. Em meio à pressão internacional por contenção, a guerra entre Israel e Irã segue sendo uma questão central de segurança, mantendo toda a região em alerta constante.