A iminente crise no Oceano Atlântico traz um alerta alarmante para o mundo, especialmente para o Brasil, com riscos potenciais ao clima e à economia. Cientistas internacionais têm levantado questões sobre o enfraquecimento acelerado da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), um sistema crucial de correntes que regula o transporte de calor para o Hemisfério Norte. A situação é tão grave que 44 especialistas em mudanças climáticas assinaram uma carta aberta, endereçada ao Conselho Nórdico de Ministros, onde alertam para a possibilidade de um colapso oceânico com consequências devastadoras.
A AMOC, frequentemente comparada a um “cinturão oceânico”, desempenha um papel fundamental na regulação do clima global. Ela inclui a famosa corrente do Golfo, responsável por aquecer regiões nórdicas e outras áreas do planeta. No entanto, devido ao aquecimento global, a AMOC tem desacelerado muito mais rápido do que os cientistas previam, o que traz uma série de implicações ambientais e econômicas.
Alterações nas correntes oceânicas influenciam diretamente os padrões climáticos tropicais
No Brasil, as repercussões desse fenômeno poderiam refletir em mudanças no regime de chuvas e até na agricultura, uma vez que as alterações nas correntes oceânicas influenciam diretamente os padrões climáticos tropicais. Os cientistas enfatizam que, sem medidas urgentes dos governos, o enfraquecimento da AMOC pode se tornar irreversível, causando um resfriamento extremo nas regiões nórdicas, gerando a chamada “mancha fria” no Atlântico Norte.
Cientistas alertam impactos econômicos e ambientais de um colapso oceânico
O colapso da AMOC teria implicações diretas nas atividades econômicas, especialmente nos setores agrícola e pesqueiro. A desaceleração ou interrupção total dessa circulação poderia modificar as faixas de chuvas tropicais, o que prejudicaria o ciclo de absorção de dióxido de carbono dos oceanos, acelerando o aquecimento atmosférico. Além disso, o nível do mar nas costas atlânticas, como a dos Estados Unidos, pode aumentar de forma significativa, trazendo riscos de erosão e impactos socioeconômicos.
No contexto brasileiro, a mudança na circulação oceânica também afetaria ecossistemas marinhos e a pesca, essenciais para a economia costeira do país. Se a AMOC se mantiver enfraquecida, é possível que as correntes marinhas deixem de distribuir nutrientes de maneira eficaz, afetando a produtividade das zonas de pesca e os meios de subsistência das comunidades costeiras.