As Forças Armadas do Brasil possuem uma longa e significativa história de contribuição para as operações de paz das Nações Unidas, sendo um dos países mais ativos em missões de manutenção da paz. Desde 1956, quando enviou seus primeiros militares para atuar na crise de Suez, o país vem consolidando seu papel como mediador global. Atualmente, as tropas brasileiras participam em 9 missões da ONU, espalhadas por regiões como Darfur, Chipre, Líbano e República Centro-Africana, reforçando a estabilidade e a paz em territórios marcados por conflitos.
O primeiro envio de forças brasileiras ocorreu em 1956, com três militares destacados para a Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF) durante a crise de Suez. A missão foi crucial para assegurar a retirada das tropas estrangeiras do território egípcio. Em seguida, de 1957 a 1967, o Exército Brasileiro contribuiu com cerca de 6.300 homens do Batalhão Suez, em rodízio, para a UNEF I, atuando na preservação da paz na região do Oriente Médio, entre o Sinai e a Faixa de Gaza.
Participação brasileira em missões de resgate e observação
Durante a década de 1960, o Brasil também marcou presença em outras regiões críticas, como o Congo. De 1960 a 1964, a Força Aérea Brasileira enviou 179 militares para atuar na ONUC, onde operaram helicópteros Sikorsky H-19 e aeronaves Douglas C-47 em operações de resgate e apoio humanitário. Em 1964, pilotos brasileiros demonstraram coragem ao salvar missionários e freiras encurralados em meio à vegetação. Esse exemplo de abnegação reflete os valores dos militares brasileiros nas missões de paz.
Outras operações significativas incluíram a UNSF em 1962, na Nova Guiné Ocidental, onde observadores brasileiros monitoraram o cessar-fogo entre Indonésia e Holanda, contribuindo para a paz na transição territorial. Já na Angola dos anos 80, o Brasil participou da UNAVEM I, verificando a retirada das tropas cubanas. Durante essa missão, o contingente da ONU contou com um general brasileiro no comando, evidenciando a liderança do Brasil no cenário das operações de paz.
Missões no Haiti e Congo: compromisso com a estabilidade e segurança
O Brasil desempenhou um papel de grande destaque na Missão de Estabilização no Haiti (MINUSTAH) entre 2004 e 2017. Com 30.378 homens e mulheres mobilizados, o país ajudou o Haiti em um momento crítico, especialmente após o terremoto de 2010 que devastou a região, resultando em cerca de 220.000 mortes. A atuação das tropas brasileiras foi essencial para a estabilização e reconstrução do país, fornecendo ajuda humanitária e apoio logístico para milhares de pessoas desabrigadas.
Forças Armadas do Brasil continua sendo um pilar de apoio às operações de segurança global
Desde 2015, o Brasil também lidera a MONUSCO, na República Democrática do Congo, reafirmando seu papel de destaque no enfrentamento de grupos armados ilegais e na promoção da paz em uma das áreas mais instáveis da África. Com mais de 55.000 militares brasileiros envolvidos em missões de paz da ONU ao longo de sua história, as forças armadas do Brasil continua sendo um pilar de apoio às operações de segurança global, apesar dos sacrifícios, incluindo a perda de 41 soldados em cumprimento ao dever e do diplomata Sérgio Vieira de Mello, vítima de um ataque terrorista no Iraque.