A China avança em sua expansão ferroviária com um projeto grandioso e um investimento estimado em 44,77 bilhões de dólares, ligando o coração do país à alta altitude do Tibet. A Ferrovia Sichuan-Xizang, também conhecida como Ferrovia Sichuan-Tibet ou Chuanzang, representa o maior desafio já enfrentado na engenharia ferroviária moderna.
Com 1.629 km de extensão, essa linha reduzirá o tempo de viagem entre Chengdu, capital de Sichuan, e Lhasa, capital da Região Autônoma do Tibet, de 48 para impressionantes 13 horas. Essa conquista envolve superar variações extremas de altitude, clima severo e condições geológicas desafiadoras.
Investimento bilionário impulsiona a ferrovia em altitudes extremas
A jornada começa a 300 metros acima do nível do mar, em Sichuan, e alcança mais de 3.000 metros em Lhasa. Para superar os obstáculos, o projeto inclui 47 túneis e 121 pontes no segmento de Nyingchi, destacando-se o túnel de Milin, com 10 km de extensão e 1.200 metros de profundidade sob uma cadeia montanhosa a 3.100 metros de altitude.
Com um investimento total estimado em 44,77 bilhões de dólares, a ferrovia é uma verdadeira maravilha de engenharia e um exemplo da capacidade da China em inovar e vencer adversidades.
China enfrenta desafios e conquista avanços na construção da ferrovia
A ferrovia é dividida em três segmentos distintos, cada um com características próprias e desafios únicos. O primeiro segmento, entre Chengdu e Ya’an, com 140 km, foi concluído em 2018 e possui uma velocidade de projeto de 200 km/h.
Já o segundo segmento, de Nyingchi a Lhasa, inaugurado em 2021, percorre 435,48 km e é capaz de reduzir o tempo de viagem de Lhasa a Nyingchi de 5 para 3,5 horas. Essa seção inclui estruturas impressionantes, como a ponte ferroviária Zangmu, que mede 525 metros de comprimento.
O último segmento, entre Ya’an e Nyingchi, com 1.011 km, ainda em construção, é o mais desafiador. Previsto para 2032, atravessa uma região sismicamente ativa e ecologicamente sensível, com 72 túneis totalizando 851 km, incluindo o túnel Yigong de 42,5 km. As altas temperaturas da crosta terrestre exigem técnicas inovadoras para garantir segurança e eficácia na obra.
Desenvolvimento no Tibet com a ferrovia Sichuan-Xizang
A Ferrovia Sichuan-Xizang é um marco de engenharia e motor de desenvolvimento para o Tibet e regiões ocidentais da China. Conecta o Tibet ao interior e às regiões costeiras, facilitando o transporte de 10 milhões de toneladas anuais. Esse fluxo impulsiona a economia local e estimula o turismo, trazendo ao Tibet acessibilidade inédita.
Os trens CR200J, adaptados à altitude do Tibet, operam a até 160 km/h e têm sistemas de oxigênio para o conforto dos passageiros, aliviando o mal de altitude e garantindo segurança. A ferrovia fomenta o desenvolvimento econômico e reforça a presença da China em áreas remotas.