Israel anunciou recentemente a aquisição do sistema de defesa aérea a laser “Iron Beam,” desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems, em um contrato de US$ 500 milhões. A tecnologia representa um avanço inovador na proteção antiaérea e promete aumentar a segurança de Israel contra ameaças aéreas recorrentes e de baixo custo, como drones, mísseis e foguetes, que se intensificaram nos últimos anos. Essa compra vem como resposta direta aos ataques coordenados sofridos pelo país em abril e outubro de 2024, quando centenas de drones e mísseis iranianos atingiram o território israelense, testando os limites dos sistemas atuais de defesa, como o Iron Dome e o David’s Sling.
O Iron Beam opera em uma configuração de defesa em camadas, integrando-se a outros sistemas de interceptação israelenses. O Arrow 3 é responsável pela proteção contra mísseis balísticos de alta altitude; o David’s Sling cobre ameaças de médio alcance; e o Iron Dome foca em projéteis de curto alcance, como foguetes e drones. No entanto, com o crescimento das ameaças aéreas e a necessidade de proteção contra ataques em massa, o Iron Beam surge como a última linha de defesa, operando em um raio de até 7 km e usando tecnologia laser para neutralizar ameaças com extrema precisão.
A principal vantagem do Iron Beam é seu custo de operação significativamente mais baixo em comparação aos sistemas de interceptação convencionais. Enquanto mísseis interceptores do Iron Dome custam até US$ 50 mil por disparo, o Iron Beam tem um custo aproximado de apenas US$ 2 por ativação, tornando-se financeiramente viável em cenários de ataques prolongados e em grande escala. Este sistema é especialmente eficaz contra drones iranianos, como o Shahad 136, que têm custo de produção abaixo de US$ 1 mil e são capazes de saturar os sistemas de defesa tradicionais.
Outro ponto de destaque do Iron Beam é sua capacidade praticamente ilimitada de disparos, desde que haja energia disponível. Ao contrário dos mísseis convencionais, que podem esgotar-se em ataques intensos, o sistema de laser permite interceptações contínuas, fator crucial em cenários de conflito onde as ameaças se estendem por longos períodos. Esse recurso também ajuda a mitigar o risco de danos colaterais, pois a interceptação a laser elimina o alvo de forma precisa, sem deixar fragmentos ou falhas de trajetória, o que é fundamental em áreas urbanas densamente povoadas.
A tecnologia de defesa a laser não é novidade no cenário militar; os Estados Unidos, por exemplo, vêm investindo e testando sistemas similares desde a década de 1970. No entanto, Israel, com o Iron Beam, conseguiu superar desafios anteriores, como problemas de direcionamento e falhas em condições reais de combate, ao aprimorar o armazenamento de energia e miniaturizar componentes. Testes realizados em 2022 comprovaram a eficácia do Iron Beam, que agora entra em fase de operação plena, com o apoio de um financiamento de US$ 1,2 bilhão dos Estados Unidos.
Além de garantir a defesa de Israel, o Iron Beam tem potencial para transformar as estratégias globais de defesa aérea. Os Estados Unidos e outros países aliados observam o sistema como um modelo para futuras tecnologias de defesa a laser. Se o Iron Beam for bem-sucedido em campo, ele poderá ser implementado não apenas para defesa militar, mas também para proteção civil contra ataques terroristas em áreas urbanas.
A implementação do Iron Beam marca um novo capítulo para a segurança de Israel e abre portas para que outras nações explorem as vantagens da tecnologia de laser na defesa nacional. Para Israel, o Iron Beam representa um avanço estratégico que fortalece sua capacidade de resposta rápida e eficaz, estabelecendo uma nova fronteira no campo da defesa aérea com tecnologia de ponta.
Com informações de: Hoje no mundo militar