Desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Noruega assumiu um papel inesperado e estratégico ao apoiar o país invadido, surpreendendo o mundo com suas medidas contundentes contra a Rússia. Logo no primeiro dia do conflito, o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre condenou publicamente o ataque russo, afirmando que a ação era uma violação grave do direito internacional e declarando seu compromisso com o apoio à Ucrânia.
A princípio, o apoio da Noruega focou em ajuda humanitária e equipamentos militares não letais, com o envio de itens essenciais como capacetes, coletes à prova de balas, máscaras de gás e colchonetes. No entanto, em poucos dias, o governo decidiu ampliar esse auxílio, passando a enviar armas antitanque M72, decisivas para a resistência ucraniana contra veículos blindados russos.
Em março, o governo norueguês foi ainda mais longe, ao impor um pacote robusto de sanções contra a Rússia, congelando ativos, impedindo a exportação de tecnologia e bens de luxo para a Rússia e restringindo o acesso de instituições financeiras russas ao mercado norueguês. Segundo a ministra das Relações Exteriores Anniken Huitfeldt, essas medidas eram uma demonstração de solidariedade com o povo ucraniano e visavam enfraquecer as capacidades militares russas.
Ao longo dos meses, o governo norueguês intensificou o envio de ajuda militar à Ucrânia, com sistemas de defesa aérea e radares de contrabateria que aprimoraram a capacidade defensiva ucraniana, além de fornecer tanques de batalha e munições. A doação de drones Black Hornet para reconhecimento e veículos de transporte e apoio logístico ampliou ainda mais o arsenal ucraniano.
Em 2023, a Noruega continuou seu suporte, agora focando na produção nacional de armamentos para suprir as necessidades da Ucrânia. O governo investiu 190 milhões de dólares na indústria de defesa local, garantindo uma produção contínua de munição para o front ucraniano. Em paralelo, somou esforços com outros países europeus na compra de munições em excesso de países na África e Ásia, essenciais para manter a capacidade de resistência ucraniana.
Além do suporte militar, a Noruega reforçou o setor de infraestrutura da Ucrânia, especialmente nas regiões mais afetadas, como Kharkiv. Em 2024, destinou mais de 100 milhões de dólares para ajudar na reconstrução da rede elétrica, alvo de constantes ataques russos. Este auxílio tem sido vital para manter serviços essenciais durante os meses de inverno rigoroso.
Outro marco importante foi a autorização para que a Ucrânia utilizasse armamentos noruegueses em ataques em território russo. Esse apoio inédito visava ampliar o poder de reação ucraniano, antes limitado às fronteiras locais, e foi decisivo para desequilibrar a estratégia militar russa. A decisão da Noruega destacou-se entre os aliados ocidentais, refletindo seu comprometimento com a Ucrânia.
Ainda em 2024, a Noruega prometeu fornecer seis caças F-16, que se somarão aos aviões de combate doados por outros países, potencializando a capacidade da Ucrânia de enfrentar a força aérea russa. Além disso, a Noruega tem investido no treinamento de pilotos ucranianos, possibilitando que esses caças entrem em operação em breve.
O impacto do apoio norueguês à Ucrânia é reforçado pelo compromisso firmado até 2027. Neste período, a Noruega se comprometeu a investir cerca de 7 bilhões de dólares para fortalecer a segurança, infraestrutura e setores estratégicos da Ucrânia, ajudando a moldar o futuro do país.
Com informações de: O Show Militar