O Inspetor Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão, John Sopko, revelou em comunicado o caso do oficial da Marinha dos Estados Unidos que assinou mais de vinte cartas falsas de recomendação para pedidos de visto. Durante a declaração, o inspetor citou a ação como traição e destacou que a atitude do oficial poderia ameaçar tanto a segurança interna dos EUA quanto interferir negativamente na vida dos afegãos que se prontificaram a ajudar o país.
Jeromy Pittmann, comandante da reserva, foi condenado a 30 meses de prisão devido à sua conduta e, segundo a justiça, responde por quatro crimes, incluindo lavagem de dinheiro e suborno, já que recebeu 500 dólares de cada pessoa para realizar o procedimento. O comandante de 53 anos afirmava nas cartas, além de conhecer os cidadãos, que eles estavam em perigo, pois não eram uma ameaça à segurança nacional, mas estavam vulneráveis por terem auxiliado o exército americano e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Pittmann prestou serviço até julho deste ano e já tinha recebido medalhas e reconhecimento pelo serviço prestado. Além disso, em missão, já havia ido ao Afeganistão quatro vezes e uma vez ao Iraque.
Visto Especial para comandante da Marinha
Os vistos solicitados pelos cidadãos afegãos ao comandante eram os SIV, documentos especiais destinados aos iraquianos e afegãos que ajudaram o governo americano em períodos de guerra.
Vale lembrar que, para ter direito ao SIV, o imigrante precisa ter desempenhado serviço de intérprete, tradução ou funções similares, estando, portanto, em risco em seus países de origem.
Por ser uma forma de proteção vinda dos EUA, a solicitação é demorada, pois os requerentes precisam apresentar comprovações que justifiquem o pedido.
Assim, a disponibilidade é limitada e há uma fila de espera de pessoas que desejam receber o visto especial. Quando há a aprovação do SIV, o imigrante tem direito de se mudar para os Estados Unidos juntamente com a família e passa a contar com todos os direitos de imigrante legal.
Piloto prisioneiro de guerra
Everett Alvarez Jr., piloto da Marinha, deve receber honrarias pelo serviço prestado e por ser considerado o segundo prisioneiro de guerra mais longo da história dos Estados Unidos. Ao todo, foram oito anos e meio que Everett ficou retido durante a Guerra do Vietnã. Para que o projeto de lei aconteça, será necessária a aprovação no Senado.
O projeto de lei já foi aprovado em maio deste ano pela Câmara dos Deputados. Contudo, é importante ressaltar que os senadores têm um prazo para fazer valer o projeto de lei, e a aprovação precisa ocorrer até o final do ano. A proposta de homenagem ao piloto da Marinha foi apresentada pelos seguintes nomes:
Deputados:
- Jimmy Panetta (D-Califórnia)
- Pat Fallon (R-Texas)
Senadores:
- Alex Padilla (D-Califórnia)
- Cynthia Lummis (R-Wyoming)
Sobre a homenagem, os deputados destacaram que ela serve para valorizar a resiliência, sacrifício e força de Everett, tornando importante que ele receba a Medalha de Ouro vinda do Congresso.
Guerra do Vietnã
O conflito durou 20 anos, ocorrendo entre 1955 e 1975, envolvendo o Vietnã do Norte e o do Sul. Esta guerra sangrenta contou com o apoio dos Estados Unidos para impedir o avanço do comunismo propagado pelo Vietnã do Norte. A entrada dos Estados Unidos no conflito ocorreu em 1965.
Com táticas de guerrilha e muitas batalhas, os EUA retiraram suas tropas dois anos antes do fim da guerra, principalmente devido a protestos e críticas sobre o envolvimento do país no conflito, assinando um acordo de paz chamado Acordo de Paz de Paris.