O braço afegão do Estado Islâmico, conhecido como EI-Khorasan (EI-K), consolidou-se como uma das facções mais perigosas do grupo terrorista, preocupando autoridades dos EUA e aliados ocidentais. Esse temor cresce conforme o EI-K intensifica sua propaganda online, que se torna cada vez mais sofisticada e alcança públicos globais com grande eficácia, de acordo com a NBC News.
O EI-K começou a ganhar notoriedade após a tomada do poder pelo Taleban no Afeganistão, em 2021, mas suas raízes remontam a 2015. Formado inicialmente por militantes paquistaneses, o grupo encontrou refúgio em território afegão para escapar da repressão das forças de segurança paquistanesas.
Os alvos principais do EI-K têm sido civis afegãos e o próprio Taleban, visto pela facção como apóstata por abandonar a jihad em prol de negociações diplomáticas.
Retiradas das tropas dos EUA e da OTAN: o EI-K ampliou sua ações além do Afeganistão
Entre os episódios mais violentos está o ataque de 2021, durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan, que resultou na morte de 183 pessoas no aeroporto de Cabul.
Mais recentemente, o EI-K ampliou suas ações além do Afeganistão, como no ataque em Moscou em março de 2023, onde 137 pessoas foram mortas em um atentado em um show popular na Crocus City Hall, envolvendo quatro militantes do Tadjiquistão, um dos focos de recrutamento do grupo.
Repressão e crise no Tadjiquistão alimentam o recrutamento do EI-K entre jovens
A relação entre o EI-K e o Tadjiquistão tem se mostrado crucial. Analistas, como Marlene Laruelle da Foreign Affairs, destacam que as crises econômicas e o governo repressivo do Tadjiquistão criam um terreno fértil para a radicalização. “Com uma economia estagnada e uma alta taxa de jovens desempregados, muitos tadjiques são atraídos para o EI em busca de sentido e propósito,” afirma Laruelle. Ela observa que essa situação gera uma diáspora com inclinações à radicalização, sendo um alvo prioritário para o recrutamento do EI-K.
Estado Islâmico usa tecnologia para recrutar nos EUA e Europa com propaganda multilingue
O recrutamento de novos membros também ocorre entre muçulmanos descontentes em países ocidentais, como EUA e Europa. A facção afegã investe em tecnologia avançada, como inteligência artificial, para distribuir conteúdos em diversos idiomas, ampliando a eficácia de sua propaganda e atraindo um público diverso.