Em um movimento que sinaliza uma intensificação dramática do conflito, a Ucrânia anunciou planos para mobilizar 160.000 efetivos adicionais para suas forças armadas. Esta decisão, revelada pelo secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksandr Lytvynenko, surge como resposta à crescente pressão russa e à necessidade urgente de reforçar as linhas de frente ucranianas.
Números alarmantes
De acordo com Lytvynenko, desde o início da lei marcial, mais de 1 milhão de cidadãos já foram convocados para o exército. O novo esforço de mobilização visa elevar as unidades militares a 85% de sua força pretendida. O fato reflete a gravidade da situação ucraniana após quase três anos de conflito intenso com a Rússia.
A mobilização ocorre no contexto de uma nova lei adotada em abril de 2024, que simplifica o processo de identificação de recrutas elegíveis. De acordo com o jornal Kyiv Independent, a lei introduz penalidades adicionais para aqueles que se esquivam do recrutamento. No entanto, críticos apontam omissões significativas, como a falta de disposições para rotação de tropas e desmobilização de membros do serviço atual.
Desafios logísticos e humanos
A Ucrânia enfrenta uma luta contínua para mobilizar soldados suficientes para compensar as baixas. Além disso, há a necessidade urgente de rotacionar tropas que lutam desde o início da guerra em larga escala.
Reconhecendo o impacto potencial na economia, o governo ucraniano implementou medidas para equilibrar as necessidades militares com as econômicas. O primeiro-ministro Denys Shmyhal anunciou a introdução de regras “atualizadas e mais justas” para isentar funcionários de empresas “extremamente importantes” do serviço militar. Além disso, o Gabinete de Ministros da Ucrânia anunciou que funcionários em “setores estrategicamente importantes da economia” poderão estender sua isenção do recrutamento militar.
Perspectivas e implicações futuras
Esta mobilização massiva ocorre em um momento sobretudo crítico, com o Parlamento ucraniano votando para estender a lei marcial e a mobilização geral por mais 90 dias, até 7 de fevereiro de 2025. A escala deste esforço de recrutamento e as controvérsias em torno da nova lei de mobilização sugerem que a Ucrânia está se preparando para um conflito ainda mais prolongado, com implicações significativas tanto para sua população quanto para a geopolítica regional.