Departamento de Defesa é processado após o uso de animais vivos em treinamento militar nos Estados Unidos. Segundo levantamento, cerca de 80 animais sofreram processos de laceração e perfuração; contudo, não houve esclarecimentos sobre a ação. Diante dessa situação e levando em conta a Lei de Liberdade de Informação, uma organização de proteção aos animais entrou com um processo judicial.
A Freedom of Information Act, ou FOIA, é uma lei que determina a clareza nas informações pelas agências governamentais federais. Criada em 1966, a FOIA tem o intuito de garantir a transparência dos dados para a população. Os cidadãos podem solicitar documentos e registros, exceto informações relacionadas à privacidade de indivíduos ou à segurança nacional.
Treinamento militar e processo
A razão do processo é justamente o fato de o Departamento de Defesa recusar-se a fornecer informações sobre os detalhes do uso de porcos e cabras em treinamento militar nos hospitais militares.
A ação foi proposta no dia 23 de outubro, e os principais responsáveis foram o Comitê de Médicos para Medicina Responsável, representados pela organização sem fins lucrativos em defesa dos animais e em prol da ética médica.
O comitê declarou que o Departamento de Defesa ignorou as solicitações para transparência sobre a laceração dos animais; inclusive, ligações e e-mails não foram respondidos, e os questionamentos não foram esclarecidos. Esse comportamento aumentou especulações e preocupações sobre o assunto.
Erin Griffith, médica de medicina de emergência e membro de longa data do PCRM, comandante aposentada, falou sobre o tema durante uma entrevista ao portal Military e destacou a preocupação com a falta de transparência por parte do pessoal responsável.
Política do departamento
Vale lembrar que, desde 2011, o Departamento conta com regras que limitam o uso de animais vivos para a realização de treinamento médico. Inclusive, a comandante aposentada citou que o comitê médico desconfia que o Pentágono quebra suas próprias regras, já que o uso de animais vivos continua. Anualmente, 60 porcos são utilizados para treinamento médico.
A médica ainda pontuou que a anatomia do porco e dos humanos é diferente, desde a quantidade de órgãos, o que parece não justificar tal ação
. O Government Accountability Office (GAO), responsável por auditorias e investigações, afirmou que o Departamento deve estabelecer metas e medidas para diminuir e cancelar o uso de animais no treinamento militar nos hospitais.
Com as metas, seria melhor estabelecer parâmetros e avaliar o cumprimento das promessas previamente estabelecidas.
Contudo, alguns militares destacaram o posicionamento a favor do uso de animais e apontaram que a ação traz condicionamento clínico e psicológico, além de preparação para a guerra.
Segundo pesquisas, 97% dos programas de residência realizam treinamento sem a presença de animais. O estudo levou em conta esclarecimentos e entrevistas feitas no Canadá e também nos Estados Unidos.