Em reportagem nesta quinta-feira, 31 de outubro, a Agência Pública denunciou o Exército Brasileiro por usar os serviços da Starlink sem estudo ou avaliação técnica sobre a segurança da rede de internet via satélite de Elon Musk.
À Agência, o Exército admitiu que não há parecer ou relatório do âmbito da segurança da instituição sobre produtos ofertados pela empresa, mas minimizou a falta de avaliação sobre as possíveis vulnerabilidades da Starlink.
Entretanto, o processo de compra da tecnologia de Elon Musk indica que os próprios militares não confiam plenamente na segurança da rede de internet via satélite.
Tanto que na tentativa de adquirir equipamentos da empresa por R$ 5,1 milhões, o Exército, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia, prestou apoio técnico na licitação a fim de garantir segurança às comunicações.
A necessidade de mais segurança também foi enfatizado pelo Exército à Agência Pública: “Serão adquiridos equipamentos de firewall e sistemas de criptografia ponta-a-ponta redundantes”.
Apesar da Força Terrestre ter alegado à reportagem que a Starlink não é usada em operações, apenas em comunicações cotidianas entre os militares e seus familiares, um parecer enviado pelo próprio Exército ao Congresso neste ano cita essa utilidade.
Márcio de Souza Nunes Ribeiro, chefe do gabinete do comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, alegou o uso de produtos da Starlink “em operações, em Ações Cívico Sociais, em adestramentos, dentre outras atividades”, afirmando que “poderá haver prejuízo para o emprego estratégico de tropas especializadas” em caso de um “eventual cancelamento” do uso da tecnologia.
A informação foi enviada ao Congresso pelo próprio ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, em resposta a um questionamento do deputado federal Coronel Meira (PL-PE) sobre o uso de tecnologias da Starlink pelas Forças Armadas.
Pesa contra o Exército o fato de que os Ministério da Educação, da Saúde e também o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deixaram de usar a internet de Elon Musk após constatarem riscos à segurança de dados sensíveis.
Confira na íntegra a reportagem da Agência Pública