Em meio a alertas sobre uma possível crise econômica nos Estados Unidos, o bilionário e CEO da Tesla, Elon Musk, intensificou sua campanha para apoiar o ex-presidente Donald Trump, levantando questões sobre uma “emergência financeira” e propondo soluções radicais para reverter o crescente endividamento do país. Durante um comício recente, Musk expressou preocupações sobre o impacto da dívida de US$ 35,7 trilhões no futuro econômico americano.
Musk, que defende uma abordagem focada na redução drástica de despesas, propôs a criação de um Departamento de Eficiência Governamental, apelidado de “Doge” em referência ao meme popular associado à criptomoeda dogecoin, da qual Musk é um notório entusiasta. O chefe executivo da Cantor Fitzgerald e líder da equipe de transição de Trump, Howard Lutnick, compartilhou que ele e Musk discutiram a ideia do novo departamento, com o objetivo de cortar gastos desnecessários e equilibrar o orçamento federal.
Segundo Lutnick, a criação do Departamento Doge visa eliminar desperdícios e otimizar o orçamento de US$ 6,5 trilhões dos EUA. Ele destacou que existe uma vasta escala de gastos excessivos, incluindo a manutenção de escritórios subutilizados e compras desnecessárias, que poderiam ser cortados para reduzir significativamente o déficit do país. Lutnick, que possui uma exposição financeira de centenas de milhões de dólares em bitcoin, acredita que a criptomoeda será fundamental na transformação econômica que Musk e Trump desejam implementar.
Além disso, Musk destacou o peso das crescentes obrigações de pagamento dos juros sobre a dívida nacional, que agora representam 23% de toda a receita fiscal dos EUA. Ele ressaltou que esses pagamentos de juros já ultrapassam o orçamento anual do Departamento de Defesa, chegando a aproximadamente US$ 1 trilhão. Para Musk, esta situação configura uma verdadeira “emergência financeira”, que exige ações drásticas e imediatas.
A ideia de Musk e Lutnick inclui ainda o fortalecimento das reservas estratégicas de bitcoin dos Estados Unidos. Donald Trump, que planeja criar uma reserva nacional de bitcoin caso seja reeleito, vislumbra um cenário em que a criptomoeda possa rivalizar com o ouro como ativo estratégico. Lutnick sugeriu que o governo poderia minerar e vender bitcoin da mesma forma que vende petróleo e ouro, como uma maneira de pagar a dívida.
O debate sobre o crescente endividamento e os juros elevados também levou Musk a encontrar o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, defensor da adoção do bitcoin como moeda oficial. Durante o encontro, Bukele teria afirmado que a supremacia econômica dos Estados Unidos pode estar em risco, caso o país não consiga controlar sua dívida e inflação.
Com essa estratégia, Musk acredita que os EUA poderiam economizar mais de US$ 1 trilhão em despesas governamentais e transformar o ativo nacional de US$ 500 trilhões em uma ferramenta de geração de receita, por meio de tarifas e da venda de recursos naturais. Lutnick reforçou que o bitcoin é um ativo raro e, assim como o ouro e o petróleo, pode se valorizar significativamente no longo prazo, servindo como um pilar na estratégia econômica.
A possível reeleição de Trump também poderia trazer outras políticas favoráveis à criptomoeda, como o incentivo à mineração de bitcoin nos EUA, para que o país se torne um centro global de criptoativos. Lutnick enfatizou que sua aposta em bitcoin, que hoje gira na casa das centenas de milhões, pode facilmente se tornar uma exposição de bilhões nos próximos anos.
No entanto, a trajetória de valorização do bitcoin vem acompanhada de desafios, especialmente em meio às preocupações com o futuro da economia dos EUA. Analistas financeiros e grandes investidores têm transferido ativos para criptomoedas e metais preciosos, sinalizando a falta de confiança na capacidade do governo de controlar o déficit e honrar seus compromissos.
A especulação em torno de medidas radicais como a criação de um Departamento Doge e a construção de uma reserva estratégica de bitcoin continua gerando discussões sobre a viabilidade de tais planos e o impacto a longo prazo para a economia dos EUA e o mercado financeiro global.
Com informações de: Forbes