A possível aliança entre Brasil e França para a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro está sacudindo o cenário geopolítico e militar. Imagine o poder de dissuasão e a capacidade estratégica que esse avanço traria para a defesa nacional. No entanto, há uma condição: o Brasil precisa fechar um investimento bilionário para adquirir um poderoso arsenal francês que promete revolucionar a Força Aérea, Exército e Marinha do Brasil com caças Rafale, helicópteros EC 145, um submarino Scorpene e obuseiros Caesar
Mas será que essa troca vale o investimento? Descubra os bastidores dessa negociação audaciosa, os obstáculos enfrentados pela Marinha e o impacto dessa decisão no futuro da segurança do país.
França oferece ajuda para submarino nuclear brasileiro, se comprarmos arsenal francês
Um submarino nuclear é uma das armas mais poderosas e dissuasórias para a defesa de um país. Dotado de alta furtividade e um poder de fogo impressionante, esse tipo de submarino pode navegar por anos sem emergir, aproximar-se discretamente do litoral de qualquer nação e lançar diversos tipos de mísseis – desde cruzeiros e balísticos até nucleares. Essas características tornam o submarino nuclear uma ferramenta estratégica crucial na defesa nacional.
Atualmente, somente seis países dominam a tecnologia necessária para construir submarinos nucleares: Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, China e Índia. A Austrália, em breve, também terá acesso a submarinos nucleares, mas com tecnologia fornecida pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, sem desenvolvimento próprio.
Marinha do Brasil encontra barreiras tecnológicas para concluir seu primeiro submarino nuclear
Desde a década de 1960, a Marinha do Brasil almeja operar submarinos nucleares e, ao longo dos anos, avançou consideravelmente no desenvolvimento desse projeto. A instituição já alcançou marcos importantes, incluindo a construção do Labgene, um protótipo terrestre em escala real do reator nuclear que impulsionará o futuro submarino brasileiro – considerado o componente mais desafiador do projeto.
No entanto, a Marinha do Brasil ainda enfrenta dificuldades para concluir o submarino nuclear, especialmente em relação à tecnologia de integração segura do reator nuclear ao casco do submarino. Para superar essa barreira de forma mais célere, a Marinha brasileira solicitou auxílio à Marinha dos Estados Unidos nessa etapa específica do projeto.
Estados Unidos nega pedido de ajuda do Brasil
Como já era esperado por muitos, os Estados Unidos negaram o pedido de ajuda do Brasil, apesar de um oficial engenheiro da Marinha norte-americana ter sido entregue aos americanos após ter tentado vender documentos confidenciais sobre a tecnologia de submarinos nucleares dos EUA. A negativa não surpreendeu muitos analistas, mas ainda assim trouxe desafios ao plano brasileiro.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, a Marinha brasileira explorou outras possibilidades de parceria tecnológica, incluindo uma possível colaboração com a Rússia. O governo russo prontamente aceitou ajudar, mas impôs uma condição: que o Brasil abandonasse sua postura de neutralidade e se alinhasse diretamente com a Rússia, como fazem Belarus, Irã e Coreia do Norte. Bolsonaro não aceitou essa condição.
França está disposta a tornar o sonho da Marinha do Brasil uma realidade, mas há uma condição surpreendente!
A situação atual favorece a França como um potencial aliado disposto a apoiar o Brasil no desenvolvimento de seu submarino nuclear. Esse cenário surgiu principalmente após o rompimento do contrato de US$ 65 bilhões, firmado em 2021 com a Austrália para o fornecimento de submarinos convencionais franceses.
Segundo o governo francês, essa quebra foi resultado de uma oferta de submarinos nucleares feita pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, o que desviou a preferência australiana dos modelos franceses para os nucleares anglo-americanos.
Diante disso, colaborar com o Brasil no projeto de um submarino nuclear é algo que parece interessar à França, visto que essa parceria contraria os interesses dos Estados Unidos e permitiria a Paris responder ao prejuízo bilionário causado pelo contrato cancelado com a Austrália.
Outro fator relevante é o robusto setor industrial de armamentos da França, que, porém, depende de vendas externas para se manter. As forças armadas francesas, sozinhas, não geram uma demanda interna suficiente para sustentar essa indústria.
Por essa razão, a França é um dos maiores exportadores globais de armas, vendendo seus produtos para países com diferentes regimes, sejam eles democracias ou ditaduras, e sem impor restrições tecnológicas ou de uso, diferentemente de países como os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.
Macron pretende oferecer a Lula um acordo envolvendo investimentos bilionários em compras de poderosos armamentos, como caças, helicópteros, submarino e obuseiros
No próximo encontro do G20 no Rio de Janeiro, o presidente Emmanuel Macron pretende apresentar ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, um acordo. Em troca do apoio tecnológico ao submarino nuclear, o Brasil se comprometeria a adquirir um pacote de armamentos da França, que inclui 24 caças Rafale F4, cinquenta helicópteros EC 145, um submarino da classe Scorpene a ser construído no Brasil e 36 obuseiros autopropulsados Caesar, conforme relatado pelo jornalista Cláudio Dantas.
Para a Força Aérea Brasileira, os 24 caças Rafale F4 seriam uma substituição adequada aos A1-AMX, que estão próximos da aposentadoria. Além disso, o Rafale F4, sendo um caça de médio porte com maior capacidade de armamento e alcance, é ideal para desempenhar funções de bombardeio estratégico, embora seja mais caro que o modelo Gripen, anteriormente procurado pela FAB devido ao seu menor custo.
Em relação aos helicópteros EC 145, apesar de seu desempenho ser um pouco inferior ao dos Black Hawk recém-adquiridos pelo Exército, a possibilidade de construção no Brasil traz vantagens para a segurança nacional, mantendo empregos qualificados e a capacidade de manutenção no próprio país.
Quanto ao submarino Scorpene, similar à classe Riachuelo, sua compra atende à necessidade de defesa do extenso litoral brasileiro e à preservação do estaleiro ICN em Itaguaí, uma estrutura de alto custo e essencial para a tecnologia naval do país. Caso a aquisição de novas unidades não ocorra, o Brasil poderá ter que demitir engenheiros e técnicos especializados ao término do contrato do quarto submarino.
O único item questionável do pacote são os obuseiros, uma vez que o Exército já realizou uma licitação e a proposta francesa ficou em terceiro lugar, com a previsão de contratação de uma empresa privada israelense para o fornecimento. Assim, o cumprimento do processo licitatório demonstraria comprometimento do Brasil com seriedade em seus contratos.
Desenvolver a tecnologia de um submarino nuclear é um empreendimento que nenhum país cede ou compartilha. No entanto, com o apoio francês, o Brasil poderia economizar anos no processo de implementação do submarino nuclear, acelerando a concretização de um de seus maiores projetos de defesa estratégica.
Deixe sua opinião abaixo, nos comentários! Você acha que vale a pena fechar essa parceria para garantirmos nosso submarino nuclear? Acredita que Lula vai aceitar a proposta e investir bilhões nesse pacote de armas francesas para assegurar o projeto?