De acordo com o informado por diversos meios brasileiros, durante a próxima cúpula do G20 no Rio de Janeiro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, terão uma reunião para fortalecer a cooperação em setores estratégicos, incluindo defesa e energias renováveis. Entre os temas da agenda, um dos pontos de destaque seria a possibilidade de o Brasil adquirir o avião de treinamento e ataque leve M-346 da companhia italiana Leonardo para renovar sua Força Aérea Brasileira (FAB), e eventualmente a aviação de ataque da Marinha do Brasil.
Modernização da Força Aérea Brasileira com o Leonardo M-346
A Força Aérea Brasileira (FAB) busca substituir sua frota de aviões de ataque AMX, que foram desenvolvidos pelo consórcio AMX International, criado especificamente para o desenvolvimento deste modelo com a participação das empresas italianas Aeritalia, Aermacchi e a brasileira Embraer.
A Força Aérea Italiana, outro usuário desses aviões junto com a Força Aérea Brasileira, desativou seus AMX em abril deste ano após 35 anos de serviço, planejando sua substituição nos próximos anos por caças Eurofighter Typhoon.
Nesse sentido, o Leonardo M-346 oferece uma solução que complementaria a frota de caças Saab F-39 Gripen, que está em processo de incorporação às fileiras da Força Aérea Brasileira. A aeronave não só fortaleceria as capacidades de treinamento da Força Aérea Brasileira, mas também ampliaria a cooperação tecnológica entre o Brasil e a Itália, permitindo a integração de sistemas eletrônicos e armamentos fabricados localmente.
Cooperação internacional e impacto na Força Aérea e Marinha
Vale destacar que a substituição desses aviões seria uma prioridade para a Força Aérea Brasileira, o que aumenta a probabilidade de que essa substituição continue a linha de colaboração entre Itália e Brasil iniciada há três décadas com o projeto conjunto AMX. Atualmente, o M-346 está em serviço nas Forças Aéreas de Singapura, Israel, Polônia, Catar e Grécia.
Além de substituir os AMX da Força Aérea Brasileira, os M-346 eventualmente substituiriam os aviões de ataque AF-1 (A-4 Skyhawk) operados pela Marinha do Brasil. Embora a MB tenha iniciado em 2009 um projeto de modernização dos AF-1 a cargo da Embraer, previsto para doze (12) unidades, o projeto foi reduzido para cinco (5) monopostos e dois (2) bipostos. Atualmente, a MB é, junto com a Força Aérea Argentina, o único operador militar do A-4 Skyhawk.
Sobre o Leonardo M-346
Nascido para substituir o bem-sucedido Aermacchi MB-339, o Leonardo M-346 demonstrou ser uma plataforma robusta e adaptável a diferentes configurações, atuando como treinador avançado ou caça leve. O M-346 é impulsionado por dois motores Honeywell F124-GA-200, que proporcionam grande manobrabilidade, embora sem atingir velocidades supersônicas.
Seu cockpit inclui um sistema HUD (Head-Up Display) e um sistema de controle de voo do tipo “Fly by Wire”, que otimiza o desempenho e a segurança em voo. Projetado com aviônica avançada, o M-346 atende às exigências da Força Aérea e pode ser configurado para realizar missões de ataque leve, permitindo a incorporação de sensores e armamentos de última geração, como mísseis, bombas guiadas e canhões.
Especificações Técnicas
Tripulação: 2 (biposto)
Comprimento: 11,5 m (37,7 ft)
Envergadura: 9,7 m (31,9 ft)
Altura: 5m (16,3ft)
Superfície alar: 23,5 m² (253 ft²)
Peso vazio: 4.610 kg (10.160,4 lb)
Peso carregado: 6.700 kg (14.766,8 lb)
Peso máximo de decolagem: 9.500 kg (20.938 lb)
Planta motriz: 2× turbojatos Honeywell/ITEC F124, Empuxo normal: 27,8 kN (2.835 kgf; 6.250 lbf) de empuxo cada um, Velocidade máxima: 1092 km/h, Velocidade de cruzeiro: 1059 km/h, Alcance: 1.890 km, Teto de voo: 13.715 m.