Recentemente, a rede de lojas Havan vem adotando uma estratégia pra lá de inusitada: expor, em vídeos publicados em redes sociais, os supostos autores dos furtos registrados pelas câmeras de segurança.
Com o título “Amostradinhos do Mês”, os vídeos mostram compilações de flagrantes de furtos. E estão fazendo o maior sucesso nas redes sociais! Por um lado, a abordagem da rede varejista, pertencente ao empresário Luciano Hang, chama a atenção para o problema crescente do furto no setor. Por outro, suscita discussões complexas sobre privacidade e os limites da exposição pública como meio de dissuasão.
“Amostradinhos do mês”
A série de vídeos começou a ser divulgada em agosto de 2024, rapidamente conquistando uma ampla audiência. Na mais recente publicação, que já soma milhões de visualizações no Instagram e no X (anteriormente conhecido como Twitter), a rede de lojas utiliza uma linguagem humorística, chamando a atenção do público para o tema. Na legenda de um dos vídeos mais vistos, que mostra furtos em locais como Maringá (PR), São José dos Pinhais (PR) e Maceió (AL), lê-se: “O momento mais aguardado do mês chegou. Seria cômico se não fosse trágico.” A postagem inclui uma advertência: “Quem furtar na Havan será pego e ainda vai ficar famoso!”.
Vídeo por Portal 7 Segundos.
A frase busca alertar e, ao mesmo tempo, entreter. Trata-se de uma estratégia que pode ser sobretudo eficaz para capturar o interesse nas redes. No entanto, alguns questionam sobre a ética do humor em um assunto que envolve atividades criminais e situações sensíveis. Hang reforça que a Havan dispõe de um sistema de segurança de última geração, que usa inteligência artificial para monitorar e identificar suspeitos em tempo real. De acordo com o empresário, suas lojas estão “preparadas para capturar os atos”. A exposição pública surge portanto como uma forma de inibir o aumento nos furtos.
Reações nas redes sociais: humor e indignação
A recepção dos vídeos nas redes sociais foi amplamente variada. A iniciativa gerou tanto apoio quanto críticas de usuários. De um lado, alguns internautas demonstraram apoio à Havan, defendendo a prática que chamaram de “ensinar uma lição” aos ladrões.
Por outro lado, também surgiram reações de indignação e críticas de internautas que questionam a legalidade e a ética da exposição. Alguns afirmam que a prática da Havan transforma o ato de combate ao furto em um espetáculo.
De acordo com analistas, essa prática é um sinal de que o setor varejista sente-se obrigado a tomar medidas mais incisivas para se proteger. No entanto, o debate sobre a legitimidade da prática continua aberto. Embora a exposição dos “amostradinhos do mês” tenha um efeito dissuasivo no curto prazo, a reflexão sobre os limites éticos e legais dessa estratégia ainda é essencial. É preciso, sobretudo, garantir uma abordagem equilibrada entre segurança e responsabilidade.