A Rússia mobilizou uma poderosa força militar com exército de 50 mil soldados, incluindo contingentes enviados pela Coreia do Norte, para retomar a região de Kursk, anteriormente capturada pela Ucrânia. Autoridades dos Estados Unidos e da Ucrânia afirmaram que esta nova explosão russa busca reconquistar esse território estratégico, enquanto Pyongyang também demonstra apoio militar ao Kremlin. Segundo a inteligência americana, a Rússia conseguiu formar essa tropa sem desviar forças do leste da Ucrânia, onde continua focada em manter avanços avançados.
Fontes ucranianas demonstram que, embora a Rússia já tenha recuperado parcialmente algumas áreas de Kursk por meio de ataques de artilharia e mísseis, um assalto completo ainda não foi iniciado. Com a expectativa de que esse ataque ocorra nos próximos dias, militares do exército norte-coreanos são treinados lado a lado com soldados russos, em uma demonstração de coordenação tática entre Moscou e Pyongyang. Segundo um alto funcionário americano, a Ucrânia ainda possui uma defesa robusta na região, o que sugere uma forte resistência, pelo menos em uma fase em inicial.
Escalada com Forças Norte-Coreanas e uso extensivo de drones
A presença de militares do exército norte-coreanas representa uma escalada significativa após mais de dois anos de conflito. Estima-se que Pyongyang tenha enviado cerca de 10 mil soldados para a Rússia, todos uniformizados e equipados de acordo com os padrões de Moscou. No entanto, essas tropas atuam em suas próprias unidades, com uma divisão tática entre grupos de assalto e apoio, conforme detalhes do setor de defesa russo.
O treinamento para os soldados norte-coreanos inclui técnicas essenciais de combate, como uso de artilharia, operações de infantaria e estratégias de limpeza de trincheiras.
Adição de força organizada e disciplinada do exército
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, declarou que a expectativa é que os norte-coreanos se envolvam diretamente no combate em Kursk. Essa unidade foi formada pela elite militar da Coreia do Norte, proveniente da 11ª Unidade, conhecida por suas habilidades em operações especiais. Com a adição de uma força bem organizada e disciplinada, a Rússia pretende maximizar o impacto ofensivo de sua campanha.
A informação sobre essa cooperação russo-norte-coreana veio no mesmo dia em que Rússia e Ucrânia realizaram trocas intensivas de ataques com drones, marcando o maior confronto desse tipo desde o início do conflito. A Rússia interceptou 84 drones em seis regiões, incluindo Moscou, o que levou ao desvio de voos em três aeroportos da capital. A Ucrânia, por sua vez, sofreu uma ofensiva com 145 drones, dos quais a maioria foi neutralizada pela defesa aérea ucraniana.
Perspectiva da guerra e o papel dos EUA sob a ótica de Trump
A notícia da operação em Kursk surge num momento em que Donald Trump se prepara para regressar à presidência dos Estados Unidos, com um objectivo declarado de encerrar rapidamente o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Embora Trump não tenha divulgado planos detalhados, seu vice, JD Vance, propôs uma solução que permitiria à Rússia manter os territórios conquistados. Isso marca uma mudança de postura em relação ao governo de Joe Biden, que ofereceu apoio específico à Ucrânia, incluindo bilhões de dólares e assistência de inteligência e defesa.
Apesar desse apoio, as autoridades militares americanas começam a expressar pessimismo quanto às perspectivas de Kiev. Analistas argumentam que a Rússia tem avanços consolidados em Kursk e nas áreas do leste ucraniano. Um funcionário ocidental confirmou que a incursão surpresa da Ucrânia em Kursk, realizada em agosto, pode ter enfraquecido suas defesas em outras frentes, tornando algumas posições vulneráveis aos recentes avanços russos.
Impactos da presença Norte-Coreana e expectativa de fortes baixas
A chegada das forças norte-coreanas é vista como um movimento arriscado, especialmente devido à ausência de veículos blindados e à dependência de estratégia de combate corpo a corpo, com pouca proteção contra os ataques de drones e artilharia ucraniana. Estima-se que a Rússia enfrente perdas semelhantes às que experimentou no leste da Ucrânia, onde, segundo analistas americanos e britânicos, sofre cerca de 1.200 baixas diárias entre mortos e feridos.
Os soldados do exército norte-coreanos, que lutam como infantaria leve, enfrentam desafios significativos, mas também são mostrados disciplinados e bem treinados, como observado pelo analista George Barros, do Instituto para o Estudo da Guerra. Ele destaca que, apesar de sua falta de experiência em combate terrestre recente, esses soldados são considerados mais coesos e disciplinados do que alguns dos próprios militares russos.
Aliança militar de Rússia e Coreia do Norte
Além da presença militar do exército, essa aliança entre a Rússia e a Coreia do Norte pode trazer ganhos tecnológicos para Pyongyang, com expectativas de que a Coreia do Norte receba tecnologia avançada de foguetes e mísseis de Moscou. As autoridades americanas também sugerem que a Coreia do Norte busque fortalecer suas capacidades militares, absorvendo as táticas russas e as lições lideradas ao longo deste conflito.
Esta cooperação estratégica entre a Rússia e a Coreia do Norte representa uma nova fase na guerra, com implicações que podem moldar o cenário de defesa e as políticas externas de vários poderes.