Em “Company of Heroes 3”, a essência das batalhas em tempo real da série se mantém, entregando uma experiência repleta de ação, táticas e uso inteligente de terreno.
No entanto, o modo para um jogador divide opiniões. A Campanha Italiana, que deveria ser o grande destaque estratégico do jogo, acaba por frustrar, com sistemas mal elaborados e bugs que comprometem a fluidez da experiência. A falta de resposta inteligente da IA e uma interface confusa enfraquecem ainda mais a estrutura dessa campanha, que se torna tediosa e previsível.
A Campanha do Norte da África se destaca positivamente, com uma narrativa concisa e focada. Ainda assim, sua tentativa de intercalar a narrativa de uma família judia afetada pelo conflito se perde em meio às batalhas, criando uma desconexão que diminui o impacto histórico que poderia ter.
No aspecto técnico, as batalhas em si continuam a ser o ponto forte, com um design de mapa detalhado e combates urbanos e rurais bem executados, especialmente nas regiões italianas. A sonorização é intensa, mas carece de impacto nas explosões. Além disso, a IA falha ao oferecer um desafio convincente, o que gera uma experiência inconsistente para o jogador.
Ausência de citação à FEB
Um outro ponto que incomoda especialmente jogadores brasileiros é a omissão da Força Expedicionária Brasileira (FEB). A FEB teve papel importante na conquista de Monte Castello durante a campanha italiana da Segunda Guerra Mundial. Em nenhum momento o jogo menciona essa contribuição do Brasil, o que é decepcionante para quem espera uma representação mais completa e precisa das forças aliadas na Itália.
Em resumo, “Company of Heroes 3” cumpre seu papel nas batalhas táticas, mas suas campanhas para um jogador carecem do refinamento e da coesão que a série já entregou em outras edições.
Nota de rodapé: a Revista Sociedade Militar não conseguiu completar a campanha devido a um bug que adicionou uma unidade inimiga indestrutível no mapa. Por isso, a análise da revista se mantém dentro dos 80% de campanha completada.