O jornal britânico The Guardian comunicou, nesta quarta-feira (13), sua decisão de encerrar todas as atividades em suas contas oficiais na rede social X (antigo Twitter). Em uma nota aos seus leitores, o veículo apontou que os benefícios de usar a plataforma de Elon Musk são menores do que os “aspectos negativos”.
De acordo com o jornal, o conteúdo do X é “frequentemente perturbador”. Além disso, mencionou a presença crescente de discursos de ódio, teorias conspiratórias de extrema direita e racismo.
Clima tóxico
Entre os motivos que pesaram na decisão, o The Guardian destacou o clima tóxico da plataforma. O jornal sublinhou que, principalmente durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos, a situação se tornou insustentável. De acordo com o periódico, “A campanha eleitoral presidencial dos EUA serviu apenas para sublinhar o que consideramos há muito tempo: que X é uma plataforma de mídia tóxica e que seu proprietário, Elon Musk, tem sido capaz de usar sua influência para moldar o discurso político”.
Essa decisão ocorre em um contexto no qual a vitória de Trump causou efeitos econômicos significativos, sobretudo a alta do dólar, aumento dos juros futuros nos EUA e valorização recorde do bitcoin. O The Guardian já vinha analisando a possibilidade de sair do X, mas a recente eleição americana reforçou a urgência dessa decisão.
Com aproximadamente 27 milhões de seguidores distribuídos em mais de 80 contas, o jornal já iniciou o processo de desativação dessas páginas. No entanto, o veículo informou que os jornalistas ainda poderão usar o X para fins pessoais. Além disso, reforça que, eventualmente, conteúdos da plataforma poderão aparecer em reportagens.