Durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, celebrou a assinatura de 37 novos acordos entre o Brasil e a China. Estas parcerias abrangem setores cruciais como infraestrutura, energia, tecnologia, saúde, turismo e educação , consolidando ainda mais a relação entre os dois países.
No entanto, o Brasil optou por não aderir integralmente à iniciativa chinesa Cinturão e Rota , mas firmou um protocolo de “sinergias” com foco em encontrar pontos comuns entre os programas brasileiros e o plano chinês.
Acordos firmados por Lula e o presidente da China
A China, principal parceira comercial do Brasil, desempenha um papel estratégico na política externa brasileira. Os acordos firmados durante o encontro incluem abertura de mercado para produtos agrícolas , intercâmbio educacional e cooperação em áreas tecnológicas como inteligência artificial e economia digital. Essa colaboração fortalece os programas brasileiros, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , o Plano Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica , ao mesmo tempo que alinhamento busca com a visão chinesa para infraestrutura e desenvolvimento.
Porém, Lula optou por manter sua tradicional independência diplomática, evitando comprometer-se integralmente com o programa Cinturão e Rota , também conhecido como Nova Rota da Seda. Segundo o assessor especial Celso Amorim, a decisão foi tomada com base em uma análise de benefícios, considerando o atual cenário internacional.
Visão de futuro compartilhada
Após a reunião bilateral, Lula enfatizou o pioneirismo na relação Brasil-China. Ele destacou que ambos os países desejaram elevar sua parceria estratégica global para uma “comunidade de futuro compartilhado”. A proposta inclui investimentos em áreas como infraestrutura sustentável, transição energética e inteligência artificial . Além disso, foi estabelecida a criação de forças-tarefas para desenvolver projetos prioritários de cooperação financeira e desenvolvimento produtivo e sustentável , com prazos claros para a apresentação de resultados.
Outro ponto relevante abordado foi o alinhamento em questões de paz e segurança internacional . Tanto Lula quanto Xi Jinping destacaram entendimentos comuns sobre a crise na Ucrânia, reforçando a defesa da diplomacia e da paz como pilares fundamentais para a solução de conflitos.
Desenvolvimento sustentável como prioridade
Lula também destacou o interesse chinês pelo Fundo Florestas Tropicais para Sempre , uma proposta brasileira que visa financiar a preservação de biomas tropicais. Essa iniciativa reflete o compromisso dos dois países com o desenvolvimento sustentável e a luta contra as mudanças climáticas. Além disso, o presidente brasileiro citou uma parceria com a China na Aliança Global contra a Fome , uma iniciativa que busca erradicar a fome global e devolver dignidade a milhões de pessoas.
A visita de Xi Jinping reafirmou o papel da China como parceira da “primeira hora” do Brasil em projetos que equilibram desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Essa abordagem fortalece a posição de ambos os países como líderes globais em busca de um futuro mais justo e equilibrado.