Uma fotografia compartilhada por cidadãos ucranianos mostra o momento em que as munições cluster dos mísseis ATACMS atingiram um aeródromo na região de Kursk, na Rússia. A imagem revela os impactos de pelo menos dois mísseis em duas áreas separadas, contradizendo uma declaração anterior de Fighterbomber que afirmava que apenas um míssil havia sido disparado.
As imagens compartilhadas mostram a estação de radar do sistema de defesa aérea russo S-400 queimada. Não está claro se este ataque ocorreu na segunda-feira, mas pode ser o ataque que a Ucrânia afirma ter realizado na madrugada de 24 de novembro.
A Russian S-400 air defence system, reportedly destroyed by ATACMs missiles. pic.twitter.com/UzRwmQgM9V
— AMK Mapping 🇺🇦🇳🇿 (@AMK_Mapping_) November 25, 2024
A vulnerabilidade do S-400 frente aos mísseis ATACM
Fontes ucranianas afirmam que o sistema atacado estava operando no modo terra-terra, utilizado para atacar alvos terrestres ucranianos nas últimas semanas. De acordo com essas fontes, o sistema era operado pelo 1490º Regimento de Mísseis Antiaéreos do 6º Exército Russo.
Segundo fontes ucranianas, esta não é a primeira destruição de uma bateria ou de um componente do S-400 nas proximidades de Kursk. Por exemplo, em setembro de 2024, as forças ucranianas afirmaram ter destruído outra instalação de radar do S-400 na região de Kursk.
Do ponto de vista tático, o S-400, embora seja um dos sistemas de mísseis e de defesa aérea mais poderosos do mundo, possui limitações significativas quando se trata de enfrentar mísseis como os ATACM.
Esses mísseis são projetados para serem rápidos, manobráveis e voarem em baixas altitudes, o que dificulta significativamente sua detecção e rastreamento pelos radares do S-400.
O míssil ATACM possui uma seção transversal de radar pequena, o que o torna difícil de ser detectado por radares tradicionais, especialmente quando voa a baixas altitudes próximas ao solo, onde o S-400 pode enfrentar problemas devido a sensores enfraquecidos.
Ukrainian general staff claims to have destroyed a S 400 air defense system radar station in Kursk region during the attacks yesterday. pic.twitter.com/mzsEqePPA1
— Clash Report (@clashreport) November 24, 2024
O Exército russo e os desafios operacionais do S-400
Do ponto de vista militar, uma das principais fraquezas do S-400 em relação aos ATACM é o seu tempo de reação. Os mísseis ATACM são projetados para realizar manobras rápidas, o que pode torná-los indetectáveis para as trajetórias rastreadas pelo sistema.
Além de sua alta velocidade, os mísseis podem operar em condições de guerra eletrônica, o que pode dificultar o funcionamento eficaz do sistema de defesa aérea.
Do ponto de vista operacional, o S-400 tem a capacidade de detectar e destruir uma ampla gama de alvos aéreos, mas depende de parâmetros de ameaça predefinidos.
Isso significa que, com mísseis como os ATACM, projetados para ataques repentinos e em alta velocidade, o sistema pode não ter tempo suficiente para rastrear e responder adequadamente à ameaça.
Embora o S-400 seja eficaz contra mísseis balísticos e aviões tradicionais, os novos tipos de projéteis projetados para trajetórias rápidas, de difícil detecção e imprevisíveis complicam a capacidade do sistema de reagir em tempo real e fornecer uma resposta confiável.
O Exército e as repercussões estratégicas do conflito
Em 21 de fevereiro de 2022, a Rússia declarou que sua instalação fronteiriça havia sido atacada por forças ucranianas, provocando a morte de cinco combatentes ucranianos. No entanto, a Ucrânia rapidamente rejeitou essas acusações, classificando-as como “falsas bandeiras”.
Em um ato notável, a Rússia anunciou no mesmo dia o reconhecimento oficial das regiões autoproclamadas da RPD e da RPL. Curiosamente, segundo o presidente russo Putin, esse reconhecimento abrangia todas as regiões da Ucrânia. Após essa declaração, Putin enviou um batalhão de forças militares russas, incluindo tanques, para essas áreas.
Em 24 de fevereiro de 2022, as manchetes mundiais foram dominadas por um incidente significativo. Putin comandou um ataque militar contundente contra a Ucrânia. Liderado pelas impressionantes Forças Armadas da Rússia posicionadas na fronteira ucraniana, este ataque não foi espontâneo, mas uma ação premeditada. Apesar das circunstâncias que se assemelham a uma guerra, o governo russo evita usar este termo. Eles preferem chamá-lo de “operação militar especial”.