O almirante Samuel Paparo, comandante principal da Marinha dos EUA no Indo-Pacífico, expressou sérias preocupações sobre a possível transferência de tecnologia submarina da Rússia para a China. Esse movimento estratégico pode impactar diretamente a supremacia submarina da força naval que Washington mantém na região. As informações foram divulgadas pelo Business Insider.
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A parceria Rússia-China e seu impacto na segurança com a força naval da Marinha dos EUA
Durante a sua participação no Fórum de Segurança de Halifax, um importante evento que reúne líderes políticos e militares de diferentes partes do mundo, Paparo chamou atenção para a crescente parceria militar entre Rússia e China. O almirante enfatizou o potencial impacto dessa colaboração no equilíbrio de forças globais e na segurança internacional.
Paparo revelou que a Rússia pode fornecer tecnologia avançada para submarinos à China, o que representaria uma ameaça significativa à posição dominante da Marinha dos Estados Unidos no domínio submarino. Essa supremacia é um pilar fundamental da estratégia de segurança nacional dos EUA, especialmente em uma região do Indo-Pacífico que enfrenta tensões geopolíticas, como as disputas no Mar da China Meridional e em torno de Taiwan.
Rússia e China, uma aliança militar em expansão
A China, que já possui a maior força naval de combate do mundo da Marinha, tem aumentado sua presença nas águas disputadas do Indo-Pacífico. Além disso, a China adota uma postura mais agressiva, com frequentes violações do espaço aéreo e das águas em torno de Taiwan, que é um território aliado dos EUA. Essas ações da China promovem uma crescente preocupação sobre a estabilidade da região e a segurança das rotas marítimas críticas para o comércio global.
Paparo também observou que as trocas militares entre Rússia e China têm se intensificado. A China já contribui com recursos militares para a Rússia, incluindo semicondutores e máquinas-ferramentas para sua indústria bélica. Essa colaboração é vista pelo almirante como uma “simbiose transacional”, sinalizando que ambos os países atendem às necessidades do outro. Contudo, essa relação também gera um cenário mais complexo e arriscado para a segurança global.
A crescente troca de capacidades militares também abrange Coreia do Norte e Irã. A Coreia do Norte forneceu artilharia e tropas para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia. Em paralelo, o Irã transferiu mísseis balísticos e drones para o mesmo objetivo. Por sua vez, a Rússia pode oferecer à Coreia do Norte tecnologia avançada, incluindo mísseis e submarinos, o que aumenta a complexidade das alianças militares e o risco de uma escalada.
Aliança trilateral: desafio à estabilidade da Marinha dos EUA
Essa aliança trilateral entre Rússia, China e Coreia do Norte gera tensões, especialmente entre Moscou e Beijing. Recentemente, Kurt Campbell, vice-secretário de Estado dos EUA, destacou que a aproximação entre Kim Jong-un e Vladimir Putin tem causado inquietação no Partido Comunista Chinês (PCC). Embora Beijing não critique publicamente Moscou, a crescente coordenação entre Pyongyang e Moscou preocupa a China, levantando questões sobre as relações entre esses dois gigantes asiáticos.
Diante dessa complexa conjuntura, os Estados Unidos têm intensificado esforços para reforçar suas alianças na região. O almirante Paparo afirmou que a cooperação com países como Japão e Coreia do Sul está se tornando mais robusta. Isso inclui o compartilhamento de inteligência em tempo real e a intensificação das defesas contra mísseis balísticos. Essas estratégias visam garantir que os EUA mantenham sua vantagem estratégica no Indo-Pacífico e enfrentem os desafios impostos pela crescente colaboração militar entre Rússia e China.