A crise ferve nos quartéis! Os pedidos de transferência para a reserva nas Forças Armadas dispararam nas últimas semanas, revelando o clima de tensão entre os militares após o anúncio de cortes fiscais do governo Lula. A reforma na previdência militar, que castiga duramente os militares, incluindo idade mínima de 55 anos para aposentadoria e o fim da transferência ex-officio, tem sido alvo de críticas severas dos comandantes das três Forças, que também demonstraram insatisfação com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Pedidos de reserva em alta
Segundo o Correio Braziliense, os comandantes militares alertaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre um aumento inédito nos pedidos de transferência para a reserva. Esses pedidos partem de militares que atingiram 30 anos de serviço, mas ainda não completaram os 55 anos exigidos pela nova regra proposta, que estão batendo em retirada. Uma verdadeira debandada! O fluxo de carreira nas Forças Armadas é tradicionalmente baseado no tempo de serviço, e o novo modelo gerou apreensão nas fileiras.
Os comandantes pedem que as regras de transição sejam coordenadas pelo Ministério da Defesa, e não pela equipe econômica, devido às especificidades da carreira militar. Na proposta do governo, haverá um pedágio para os militares com menos de 55 anos que estão perto de completar o tempo de serviço na ativa. As regras de transição devem ser apresentadas ao Congresso Nacional por meio de um projeto de lei, com expectativa de que esse período não ultrapasse dez anos.
Insatisfação com José Múcio
A bronca não é apenas com a reforma, mas também com José Múcio. O ministro da Defesa defendeu as medidas propostas pelo governo afirmando buscar “igualdade” entre os militares e os demais trabalhadores. Para um alto oficial ouvido sob anonimato pelo Correio Braziliense, essa comparação ignora as particularidades da carreira: “Não há igualdade nenhuma. A carreira militar é diferente. Não temos FGTS, não podemos fazer greve ou recusar remoção, não dá pra falar de igualdade”.
Principais medidas da reforma
As medidas propostas pelo governo incluem:
- Estabelecer idade mínima de aposentadoria em 55 anos a partir de 2030;
- Extinguir a transferência ex-officio;
- Fixar a contribuição para o fundo de saúde em 3,5% da remuneração até janeiro de 2026;
- Equalizar a contribuição dos militares para o Fundo de Saúde.
O presidente Lula convocou uma reunião extraoficial com Múcio e os comandantes militares para discutir o impacto do pacote. A reunião, realizada no Palácio da Alvorada, durou cerca de duas horas e terminou sem declarações à imprensa. O desgaste na relação entre governo e Forças Armadas promete novos desdobramentos.