Essa semana, no programa chamado “Comandante Responde”, em respostas dadas à apresentadora Elane Cajazeira, sobre questões colocadas por militares, o Comandante do Exército falou sobre o reajuste de salário dos militares.
Logo na primeira frase sobre o assunto o General deixa claro que não participou diretamente das decisões. Ele diz que a questão salarial foi resolvida exclusivamente pelo Executivo.
Todos sabemos que desde meados de 2014 as associações de Militares, representadas por Kelma Costa, Genivaldo, Luzardo, os militares dos quadro especial e outros, junto com alguns políticos, se empenharam muito na questão salarial. A coisa foi crescendo a ponto de discutirem francamente com o Ministro da Defesa, que em reunião pública foi chamado até de mentiroso.
Todos lembramos quando ha alguns meses Kelma Costa, irritada com tanto “empurra com a barriga” disse: “Nos vamos fazer como todo mundo faz, prender um é fácil, prender dois é fácil. Eu quero ver prender TRÊS MIL, QUATRO MIL…”
A mobilização acabou mesmo indo para ruas ruas. Em uma reunião com militares na frente do Congresso, vários políticos compareceram e prometeram seu apoio para pressionar o governo. Isso chamou a atenção do Ministério da Defesa, que mandou um representante oficial para ouvir as demandas.
O comando do Exército alguns dias após a reunião divulgou nota proibindo concentrações de militares da ativa em torno de “assuntos políticos”.
O Ministro da Defesa prometeu receber as lideranças. Acredita-se que sem a mobilização que ocorreu, os militares, categoria mais penalizada nos últimos anos, ficariam no máximo com o reajuste parcelado de 21.3%, prometido para os civis. Contudo, as lideranças já avisaram que na semana que vem vão agir massivamente para tentar fazer com que o citado reajuste de 25% seja creditado em uma só parcela, no máximo duas.
Na concentração dos militares em frente ao Congresso, acima citada, compareceram pelo menos 5 deputados federais, que se comprometeram a lutar pelos militares da FA. São eles: Cabo Sabino, Julio Delgado, Ronaldo Lessa, Capitão Augusto e Cabo Daciolo, que organizou o movimento.
Fica então a pergunta: Se todos esses deputados, mais Jair Bolsonaro e seu filho, pressionarem o Ministério da Defesa na companhia dos líderes das associações, é possível, nesse momento em que o governo anda meio “capenga”, que se consiga alguma melhoria na questão do reajuste?
O percentual de 25% equivale, aproximadamente, ao que os militares perderam cumulativamente desde o último reajuste.
O Comandante Villas Bôas disse que o valor está bem abaixo do que os militares pleitearam. Mas, tenta apaziguar as coisas, ressaltando que acredita que o índice é até razoável diante das dificuldades econômicas atualmente vividas pelo governo Dilma Roussef.
Sem querer contrariar o ilustríssimo comandante do Exercito, essa Revista online lembra que quando foi concedido o último reajuste, também parcelado, o país não vivia uma crise como essa. Ou seja, quando se trata do reajuste dos militares, com crise ou sem crise, sempre há um motivo forte para não repor totalmente as perdas inflacionárias.
Se o comandante, com seu pronunciamento, tentou elevar a moral da família militar, parece que o anuncio surtiu efeito contrário. Nas redes sociais os militares reclamaram bastante. Alguns dizem que o reajuste é ridículo, “uma esmola”, “pífio” e daí pra pior.
Assista o vídeo.
Revista Sociedade Militar.