A captura desses poderosos sistemas de foguetes, que possuem uma significativa potência de fogo e alcance, representa um importante impulso para as forças rebeldes lideradas pelo Hay’at Tahrir al-Sham (HTS).
De acordo com fontes rebeldes, a captura ocorreu junto com a apreensão anterior de um veículo de recarga 9T234-2 para o sistema Smerch, sugerindo uma aquisição mais ampla da capacidade MLRS.
Rebeldes avançam com armamento pesado capturado
A proximidade das forças rebeldes com a base aérea russa Khmeimim gerou preocupação entre analistas militares. A base, localizada a apenas 30 quilômetros das atuais linhas de frente, pode estar dentro do alcance dessas armas recém-capturadas.
Especialistas militares afirmam que a posse desses sistemas de mísseis pelas forças rebeldes adiciona agora uma camada adicional de complexidade ao conflito em andamento na Síria. “Com os sistemas BM-30 Smerch em mãos rebeldes, os ativos estratégicos da região, incluindo Khmeimim, podem teoricamente estar ameaçados”, afirmou um analista com conhecimento do conflito.
Esse desenvolvimento pode ter implicações de longo alcance, especialmente para as forças russas, que dependem amplamente de Khmeimim como centro logístico para suas operações na região.
A situação em torno de Safira tem sido instável, já que as forças do governo sírio foram forçadas a recuar apressadamente e abandonaram peças críticas de armamento militar. Anteriormente, os rebeldes também capturaram sistemas MLRS Uragan de 220 mm, aumentando significativamente sua capacidade de fogo à medida que avançavam em direção a Latakia.
As forças leais ao líder sírio haviam expulsado os militantes rebeldes, entre os quais combatentes apoiados pela Turquia, de Alepo e assentamentos em Hama já em 2016.
O conflito, embora não tenha sido resolvido, havia se tornado relativamente estático nos últimos anos. Mais de 300.000 civis morreram nos primeiros 10 anos do conflito, segundo estimativa das Nações Unidas em 2022.
A Rússia tem apoiado o regime de Assad desde o início da guerra civil síria em 2011, entrando formalmente no conflito em 2015 para fortalecer o líder sírio.
Moscou está profundamente envolvida em seu exaustivo esforço de guerra na Ucrânia, enquanto o Irã está focado em Israel, contra o qual lançou dois ataques diretos com mísseis e drones.
Exército sírio tenta conter o avanço rebelde
As forças armadas sírias, leais a Assad, disseram no sábado que os rebeldes haviam “lançado um ataque em larga escala” em múltiplos pontos de Alepo e Idlib, afirmando que “dezenas” de soldados pró-regime foram mortos.
O exército recuou para reforçar suas linhas defensivas, disseram os militares, e para “preparar-se para um contra-ataque” ao maior desafio ao governo do presidente sírio em vários anos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma organização de monitoramento com sede no Reino Unido, disse que o grupo militante islâmico Hayat Tahrir al-Sham e outras facções assumiram o controle de 20 “vilarejos, cidades e posições em Idlib e na área rural de Alepo.”