Os recentes avanços na área de defesa antimísseis levaram o Exército a desenvolver o sistema de mísseis de médio alcance Dark Eagle. Esse sistema de mísseis, integrado com o LRHW AUR, possui um míssil balístico de duas etapas equipado com uma ogiva hipersônica planadora (C-HGB), capaz de alcançar velocidades de até Mach 17.
A evolução do Dark Eagle e seu impacto na corrida tecnológica militar
Os testes desse sistema de mísseis, que incluem o lançamento de um lançador rebocado em Cabo Canaveral, marcam uma nova fase no desenvolvimento da tecnologia hipersônica.
O Exército dos Estados Unidos prevê que esse sistema de mísseis estará plenamente operacional em um período de um a dois anos. Espera-se que ele seja posicionado na Alemanha, em uma zona designada para mísseis balísticos de médio alcance (MRBM), com o objetivo de contrabalançar ameaças como o complexo hipersônico russo Oreshnik.
Esse míssil, que possui uma ogiva C-HGB capaz de atingir velocidades entre 3.000 e 3.700 metros por segundo em altitudes inferiores a 50 km, foi projetado para desafiar e, potencialmente, superar as capacidades dos sistemas de defesa aérea russos S-300V4, S-400 e S-500. Esses sistemas são eficazes em altitudes mais baixas, mas podem enfrentar dificuldades para interceptar a ogiva hipersônica, que é extremamente rápida e manobrável.
O exército dos EUA e os desafios dos sistemas hipersônicos
O sistema americano Dark Eagle, integrado ao LRHW AUR, e os sistemas de defesa aérea russos S-300V4, S-400 e S-500, embora cumpram propósitos similares de proteção contra ameaças balísticas, diferem significativamente em seu design, tecnologia e capacidades de interceptação. O Dark Eagle, com seu míssil balístico de duas etapas e sua ogiva hipersônica planadora (C-HGB), foi projetado para atingir velocidades extremas de Mach 17, tornando a interceptação particularmente difícil em altitudes inferiores a 50 km.
Gráfico que mostra, de forma bastante rudimentar, a diferença de trajetórias entre um míssil balístico tradicional e um veículo hipersônico de planeio e propulsão, assim como entre os pseudomísseis ou aeromísseis balísticos e os mísseis de cruzeiro hipersônicos de propulsão aérea.
Os sistemas russos S-300V4, S-400 e S-500, embora estejam entre os sistemas de defesa aérea mais sofisticados do mundo, foram otimizados principalmente para interceptar mísseis balísticos e aeronaves em altitudes mais baixas, dentro de intervalos de velocidade mais moderados. Embora os sistemas S-300V4 e S-400 continuem eficazes contra ameaças subsônicas e hipersônicas a essas altitudes, sua capacidade de interceptar alvos extremamente rápidos e manobráveis, como o C-HGB, ainda é limitada.
O S-500, o sistema mais avançado da Rússia, incorpora tecnologias para interceptar mísseis em altitudes muito elevadas, mas mesmo esse sistema pode ter dificuldades para rastrear uma ogiva hipersônica tão rápida e manobrável em altitudes mais baixas. Por outro lado, o Dark Eagle, desenvolvido pelo Exército dos Estados Unidos, parece projetado para explorar essas fraquezas, viajando, especificamente, em velocidades e altitudes que superam as capacidades dos sistemas russos.
No entanto, acima dos 80 km, o S-500 e o sistema antimísseis 53T6M do A-235 estão melhor equipados para interceptar ameaças em grandes altitudes. Essa dinâmica coloca tanto os sistemas americanos quanto os russos em uma corrida tecnológica para adaptar e melhorar continuamente suas defesas contra as ameaças hipersônicas. Em conclusão, embora os sistemas russos permaneçam altamente eficazes em contextos específicos, as capacidades do Dark Eagle de operar em áreas onde as defesas tradicionais falham podem redefinir o equilíbrio estratégico no campo dos mísseis balísticos.
Em altitudes mais elevadas, especificamente acima dos 80 km, o único sistema capaz de interceptar a ogiva C-HGB é o sistema antimísseis 53T6M, pertencente ao sistema de defesa antimísseis russo A-235. Essa capacidade reforça a competição na área de tecnologia de defesa antimísseis e sublinha a necessidade de avançar constantemente em contramedidas contra ameaças cada vez mais sofisticadas.
Em notícias relacionadas à defesa, a Rússia concluiu recentemente a construção de uma fragata de mísseis Tushil para a Índia, equipada com diversos sistemas avançados de mísseis, incluindo os mísseis Kalibr, Oniks e BrahMos. Isso aprimora as capacidades de defesa naval de ambas as nações e marca um avanço significativo na cooperação militar internacional.