Em 16 de dezembro de 2024, o Ministério da Defesa da Federação da Rússia realizou uma reunião do conselho, onde foi declarada a prontidão do Kremlin para uma guerra contra a OTAN em 10 anos. No entanto, uma declaração chamou mais atenção: em 2025, as Forças Armadas russas planejam receber quatro aeronaves militares estratégicos Tu-160M para a força aérea capazes de portar armas nucleares.
Força Aérea e os novos rumos da aviação estratégica
Se esse plano for concretizado, a aviação estratégica da força aérea da Rússia, atualmente composta por 13 aeronaves militares Tu-160, cada uma capaz de transportar até 12 mísseis de cruzeiro, será significativamente fortalecida.
O paradoxo é que a Rússia não produzirá bombardeiros estratégicos novos. Essas aeronaves, apesar de estarem em fase de testes há anos, não são recentes. Em 2023, a Rússia também planejou receber quatro bombardeiros Tu-160M sem produzir nenhuma aeronave nova, destacando a longa história dos “novos” bombardeiros.
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A Realidade dos ‘Novos’ Bombardeiros Tu-160M
Os Tu-160Ms que a Rússia chama de “novos” são montados a partir de componentes da era soviética, produzidos pela Kazan Aircraft Production Association (KAPO) desde os anos 1980. Na linguagem oficial russa, esse processo é chamado de “reprodução”. O grau real de prontidão desses componentes pode ser avaliado na foto abaixo. Pelo menos os corpos das aeronaves estão montados.
Os autores do The Military Balance 2024 afirmam que três bombardeiros Tu-160M ainda estão em testes e não fazem parte da aviação estratégica russa. Em fevereiro de 2024, a Rússia admitiu ter quatro Tu-160Ms em testes, três formalmente considerados “novos”, sendo que um ainda não havia voado.
Durante uma visita do presidente russo Vladimir Putin à KAPO, quatro Tu-160Ms foram exibidos. Propagandistas russos rapidamente afirmaram as “capacidades inéditas da indústria militar” para produzir esses bombardeiros. Entretanto, o Centro Russo de Análise de Estratégias e Tecnologias esclareceu que três dos Tu-160Ms foram produzidos sob o programa de “reprodução” e um era uma aeronave previamente modernizada que ainda não retornou às operações.