Novas consequências do vídeo publicado pela Marinha em 1º de dezembro ironizando supostos privilégios dos militares em relação aos civis vieram à tona.
Nesta quinta-feira, 19 de dezembro, o jornal O Globo informou que as Forças Armadas perderam a autonomia para criar campanhas publicitárias. Antes só era necessária a autorização dos Comandantes, mas com o desconforto causado no governo pela peça, que era de desconhecimento de José Múcio Monteiro e Lula, a Marinha, Aeronáutica e o Exército precisarão também do aval do ministro a partir de agora.
Ainda segundo O Globo, o vídeo foi uma quebra do acordo firmado com os comandantes das Forças Armadas em plena fase de transição na mudança de regras para a transferência remunerada.
O petista já tinha concordado em adotar a regra dos 55 anos de idade mínima apenas em 2043. O texto da proposta chegou a ser assinado por Múcio, durante um encontro da cúpula militar no Palácio da Alvorada em 30 de novembro.
Entretanto, após a circulação do vídeo, Lula e Haddad teriam ligado bastante irritados para Múcio, que disse que a gravação foi divulgada sem passar por ele.
A partir daí não houve mais conversa e prevaleceu o projeto da Fazenda, que prevê uma fase de transição menor, com adoção da idade mínima já a partir de 2032. Ou seja, 11 anos antes da proposta originalmente aceita por Lula.
Na quarta-feira, 18 de dezembro, também veio à tona que o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, teve que decidir entre recuar da campanha ou ser demitido da chefia da Força Naval. Ao escolher recuar, Olsen determinou a retirada do vídeo de todas as redes sociais.