A Marinha dos EUA se vê no centro de um escândalo bilionário após desperdiçar quase US$ 2 bilhões em um ambicioso, programa de modernização de antigos cruzadores Ticonderoga. Navios que deveriam ser atualizados e retornar ao serviço acabaram aposentados antes mesmo de completarem os reparos, expondo falhas graves de gestão, desperdício de recursos e improvisos técnicos absurdos. como esse projeto que prometia trnsformar a frota naval, tornou-se um exemplo claro de má administração e deixou um rastro de prejuízo para os cofres públicos.
Segundo um relatório do Government Accountability Office (GAO), divulgado recentemente, o ambicioso projeto foi interrompido após a aposentadoria precoce de quatro navios, antes mesmo de completarem as atualizações previstas. O plano, que desde o início foi considerado ousado, já consumiu cerca de US$ 3,7 bilhões, mas entregará apenas três navios modernizados, com prazo de uso limitado.
Modernização da Marinha dos EUA revela custos bilionários e limitações operacionais
A história desse programa remonta a 2012, quando o Congresso dos EUA vetou os planos da Marinha de desativar todos os cruzadores da classe Ticonderoga. Como solução, foi lançado um programa de modernização para prolongar a vida útil dos navios até a próxima década. Inicialmente, 11 cruzadores estavam na lista de modernização, mas esse número foi reduzido para sete navios, como o USS Cowpens (CG-63), USS Gettysburg (CG-64) e USS Vicksburg (CG-69). Contudo, apenas três deles — Gettysburg, Chosin e Cape St. George — continuam no programa e podem retornar ao serviço ativo.
Segundo o GAO, a Marinha enfrentou dificuldades significativas em coordenar as tarefas complexas de manutenção e modernização. Um dos principais problemas foi a falta de clareza nas responsabilidades entre o Comando de Sistemas Navais, que gerenciava os contratos, e as frotas que operavam os navios.
Problemas técnicos e improvisos nos reparos
Além das falhas de gestão, o relatório destacou problemas graves no desempenho dos empreiteiros. A execução dos reparos ficou marcada pelo uso de materiais inadequados e pela incapacidade de atender aos padrões técnicos exigidos. Um exemplo emblemático foi o caso do USS Vicksburg, onde tentativas de consertar o sonar do navio incluíram o uso de plástico, fita adesiva comum e espuma expansível, soluções que beiram o improviso.
Marinha dos EUA enfrentam perdas bilionárias com modernização de cruzadores
Como resultado, a Marinha utilizou cerca de US$ 1,84 bilhão em um programa de modernização que não gerou benefícios operacionais significativos. Os navios que ainda serão entregues possuem previsão de aposentadoria para 2030, o que limita sua vida útil.
O programa de modernização revelou fragilidades nos processos de planejamento e supervisão da Marinha dos EUA. A iniciativa, inicialmente estratégica, enfrentou desafios devido a decisões administrativas e custos elevados, destacando a importância de aprimorar práticas de gestão e execução em projetos futuros.