O secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, respondeu na quinta-feira às declarações polêmicas de Elon Musk sobre a obsolescência dos caças tripulados na era dos drones. Durante um webcast promovido pelo Instituto Mitchell de Estudos Aeroespaciais, Kendall enfatizou a necessidade de uma compreensão mais aprofundada das operações militares antes de fazer declarações ousadas.
“Tenho muito respeito por Elon Musk como engenheiro”, afirmou Kendall. “Mas ele não é um combatente e precisa aprender mais sobre o negócio antes de fazer anúncios tão grandiosos”. A resposta veio após Musk publicar, em novembro, que “caças tripulados estão obsoletos na era dos drones”, além de criticar duramente fabricantes como a Lockheed Martin e seu F-35.
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Elon Musk e seu impacto na política e na Força Aérea
Não é a primeira vez que Musk irrita a Força Aérea dos EUA. Em 2020, ele declarou durante uma conferência que “a era do jato de caça passou”. Recentemente, Musk ganhou ainda mais visibilidade ao se aliar ao presidente eleito Donald Trump, assumindo um papel de confidente influente na nova administração. Ele foi designado para liderar uma força-tarefa destinada a identificar maneiras de reduzir os gastos federais.
Sua opinião contundente sobre um projeto de lei orçamentário também provocou impactos no Congresso, culminando na rejeição do orçamento por republicanos e gerando incertezas sobre o financiamento governamental.
O papel crescente dos drones na Força Aérea
Apesar das críticas de Musk, Kendall destacou que a Força Aérea está avançando rapidamente no desenvolvimento de aeronaves autônomas, conhecidas como Aeronaves de Combate Colaborativas (CCAs). Esses drones estão sendo projetados para complementar caças tripulados como o F-35A e o futuro NGAD (Next Generation Air Dominance).
“É provocativo e interessante”, comentou Kendall sobre a visão de Musk. No entanto, ele ressaltou que a tecnologia necessária para substituir completamente caças tripulados ainda está a décadas de distância. Segundo ele, os CCAs trarão avanços significativos, mas ainda será essencial a presença de gerentes humanos no campo de batalha para operar as unidades com segurança.
Pilotos abraçam a tecnologia
Pilotos da Força Aérea já estão sendo treinados para operar CCAs em simuladores, e a recepção tem sido positiva. “Quando perguntei como eles se sentiam sobre isso, eles disseram: ‘Senhor, isso vai nos manter vivos’”, revelou Kendall. A combinação entre aeronaves (drones e caças) tripulados promete novas possibilidades e maior segurança para as missões.
O futuro dos caças tripulados
Apesar do avanço dos drones, Kendall afirmou que os caças tripulados como o F-35 continuam indispensáveis. Ele descreveu o F-35 como “um sistema de última geração que está sendo continuamente atualizado”. A Força Aérea planeja adquirir 1.763 unidades, embora o número final dependa do sucesso dos CCAs e do NGAD.
Kendall concluiu destacando a importância de equilibrar inovação com realismo. Enquanto a visão de Musk pode ser provocativa, o desenvolvimento da próxima geração de caças exige um planejamento cuidadoso e anos de investimento em pesquisa e desenvolvimento. A combinação de tecnologia tripulada e não tripulada ainda é a melhor forma de garantir a supremacia aérea dos Estados Unidos.