Cães-robôs estão sendo usados e desenvolvidos para operações militares e de segurança por países como Estados Unidos, China e Rússia.
Essas máquinas controladas remotamente ou equipadas com inteligência artificial prometem transformar o modo como guerras e missões de segurança são conduzidas, gerando discussões sobre seus potenciais usos e riscos.
Os cães-robôs ganharam destaque no início dos anos 2000, com o projeto “BigDog”, da Boston Dynamics. Desde então, os avanços tecnológicos permitiram o desenvolvimento de modelos mais sofisticados e acessíveis, ampliando suas funções e aplicações. Hoje, essas máquinas atuam em patrulhas, missões de reconhecimento e até mesmo combate.
Nos Estados Unidos, a Ghost Robotics é um dos principais nomes no setor. Seu modelo Vision 60, por exemplo, é descrito como um veículo terrestre quadrúpede ágil e durável, projetado para operações em ambientes hostis. Entre suas aplicações militares, destacam-se o suporte em situações de ameaças químicas e nucleares e o combate a drones inimigos.
Uma das características mais controversas desses robôs é sua capacidade de portar armas. Nos EUA, o Exército testou cães-robôs equipados com rifles de assalto e lançadores de foguetes em operações simuladas. Em agosto deste ano, um desses robôs foi usado em um treinamento para neutralizar drones. Segundo o Exército, os sistemas também contam com mira automatizada baseada em inteligência artificial, tornando-os ainda mais letais.
Na China, as imagens de um cão-robô disparando um rifle automático em um campo de testes geraram preocupação internacional. Legisladores norte-americanos levantaram alertas sobre os avanços chineses na área, destacando a crescente competição entre as potências. Pequim também exibiu seus robôs em feiras de defesa e durante exercícios militares conjuntos com outros países.
Já a Rússia, em 2022, apresentou um cão-robô equipado com uma arma antitanque durante uma feira militar. Embora especialistas tenham apontado semelhanças entre o modelo russo e designs comerciais chineses, a empresa Machine Intellect, responsável pelo projeto, destacou sua utilidade em missões de reconhecimento e transporte de suprimentos.
A guerra na Ucrânia marcou a estreia dos cães-robôs no campo de batalha. Construídos pela empresa britânica Robot Alliance, esses sistemas foram utilizados para reconhecimento e ataques em cenários urbanos. De acordo com o comandante de uma brigada ucraniana, os robôs provaram ser especialmente úteis em locais de difícil acesso, como trincheiras e interiores de edifícios.
Com avanços tecnológicos constantes, os cães-robôs estão se tornando ferramentas indispensáveis para forças militares e de segurança ao redor do mundo. Apesar de sua utilidade, o uso de armas letais e a integração de inteligência artificial levantam questões éticas e de segurança.
Enquanto isso, Estados Unidos, China e Rússia continuam investindo pesado na corrida tecnológica, moldando o futuro dos conflitos armados e, possivelmente, a própria definição de combate. Sejam aliados ou adversários, esses robôs caninos estão prontos para desempenhar papéis fundamentais em guerras futuras — ou até mesmo em tempos de paz.
Fonte: Business Insider