A detenção do gendarme argentino Nahuel Agustín Gallo pela administração de Nicolás Maduro na Venezuela intensificou as já tensas relações entre os dois países. Gallo, de 33 anos, foi preso em 8 de dezembro de 2024, acusado de terrorismo e espionagem, após entrar no país para visitar sua esposa e filha.
Nahuel Gallo, suboficial da Gendarmaria Nacional Argentina, viajou à Venezuela durante suas férias para visitar sua esposa, María Gómez, jornalista esportiva venezuelana, e sua filha de dois anos. Gallo entrou no país através da fronteira terrestre com a Colômbia, cumprindo todos os procedimentos migratórios exigidos. No entanto, foi detido pelas autoridades venezuelanas sob acusações de espionagem e planos desestabilizadores.
Acusações e reações oficiais na Venezuela
O governo venezuelano, por meio do procurador-geral Tarek William Saab, acusou Gallo de integrar um grupo que, com apoio de “grupos da ultradireita internacional”, planejava ações terroristas no país. Saab afirmou que Gallo tentou ingressar na Venezuela “ocultando seu verdadeiro plano criminoso sob o pretexto de uma visita sentimental”.
Em resposta, o governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, classificou a detenção como arbitrária e injustificada, exigindo a libertação imediata de Gallo. A ministra de Segurança, Patricia Bullrich, descreveu as acusações venezuelanas como “uma grande mentira” e enfatizou que Gallo é um cidadão que viajou ao país por motivos familiares.
Implicações diplomáticas e direitos humanos
A prisão de Gallo ocorre em um contexto de deterioração das relações diplomáticas entre Argentina e Venezuela. Após a eleição de Javier Milei, a Argentina recusou-se a reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro, resultando na expulsão dos diplomatas argentinos de Caracas. Além disso, a embaixada argentina em Caracas abriga cinco ativistas opositores que buscaram refúgio, enfrentando cerco por forças de segurança venezuelanas.
Organizações de direitos humanos, como a ONG Foro Penal, destacam que a detenção de Gallo faz parte de uma tendência recente de prisões arbitrárias de estrangeiros na Venezuela, acusados de espionagem ou conspiração sem evidências concretas. Atualmente, há cidadãos de diversos países detidos sob essas acusações, refletindo um padrão preocupante de violações de direitos humanos no país.
A situação de Nahuel Gallo permanece incerta, com o governo argentino buscando sua libertação por meio de canais diplomáticos e pressionando a comunidade internacional a intervir. Enquanto isso, as relações entre Argentina e Venezuela continuam a se deteriorar, com implicações significativas para a estabilidade regional e a proteção dos direitos humanos na América Latina.