No dia 31 de dezembro os militares do Exército inutilizaram o aeródromo clandestino Majestade, localizado no interior da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A pista era usada por criminosos como ponto estratégico para o transporte de materiais relacionados à extração ilegal de minérios como cassiterita (ouro negro).
Segundo o Comando Militar da Amazônia, a chamada Operação Interdição foi determinada pelo Comando Conjunto Catrimani II.
Os militares se infiltraram a partir de um helicóptero H-60 Black Hawk da FAB (Força Aérea Brasileira) e usaram explosivos para cumprir a missão.
Para o Exército, que quebrou a tradição ao não divulgar mensagem de fim de ano à tropa, a prontidão das Forças Armadas é um diferencial estratégico no combate aos ilícitos ambientais na maior terra indígena do Brasil, pois a capacidade de atuar em qualquer tempo, independente de hora, dia ou local, colabora para dissolução das infraestruturas de mineração ilegal que ameaçam a região.
“Mesmo em locais de difícil acesso, as Forças Armadas garantem presença constante, assegurando uma vigilância contínua e uma presença dissuasória. Essa atuação permanente dificulta a reorganização do garimpo ilegal, enfraquecendo essa atividade e protegendo a comunidades indígenas”.
Sem alarde, defesa prorrogou presença dos militares na região
A informação consta em portaria do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, publicada em 23 de dezembro no Diário Oficial da União, mas em vigor desde 20 de dezembro.
Anteriormente, o emprego dos cerca de 200 militares do Exército, Marinha e FAB na região terminaria em 31 de dezembro. Por ora, a nova edição da portaria não estabeleceu uma data final.
Além da proteção aos Yanomamis e do combate aos crimes transfronteiriços, nos bastidores a medida também é vista como uma forma de ajudar na segurança da região. Desde dezembro de 2023, em razão da escalada da tensão relacionada à disputa entre Venezuela e Guiana por Essequibo, cujo acesso por terra precisaria ser feito por Roraima, o Exército vem ampliando sua presença na região.
Na época, o Ministério da Defesa confirmou que deslocou 20 blindados para Roraima, além de ter convertido um Esquadrão em Regime de Cavalaria, com 120 militares.
Já no último dia 16 de dezembro, durante inauguração da 1ª Companhia Anticarro Mecanizada (1.ª Cia AC Mec), o Comandante do Exército, General Tomás Paiva, fez anúncio da compra de 100 mísseis FGM-148 Javelin, fabricados pela Raytheon e pela Lockheed Martin, e do fechamento do contrato para aquisição de 98 caça-tanques Centauro II-BR.
E também confirmou que a tropa da 1.ª Cia AC Mec, que pode ser transportada para qualquer lugar do país por meio dos aviões KC-390 Millennium da FAB, irá para Roraima com 3 tipos de mísseis. Além do Javelin, a Companhia dispõe do Max 1.2 AC e do Spike LR2.