O plano audacioso contra a imigração dos Estados Unidos pode custar caro, e isso já está sendo sentido na produção militar do país, que é essencial para a defesa nacional. A segurança nacional pode ser comprometida, pois a escassez de mão de obra e os programas falhos de recrutamento têm prejudicado a indústria. Isso é especialmente crítico para a construção de navios militares e outros equipamentos essenciais para a defesa.
Atualmente, a indústria de defesa enfrenta dificuldades, mesmo com programas de treinamento de americanos e investimentos em recrutamento. Milhões de dólares têm sido investidos nesse processo. Contudo, as políticas de Trump, que se concentram na deportação de imigrantes e impõem restrições severas à imigração, têm contribuído significativamente para a diminuição do número de trabalhadores estrangeiros qualificados.
Problemas na indústria naval
A indústria naval depende de uma força de trabalho diversificada para atender às demandas de produção, mas a escassez de imigrantes qualificados tem tornado o cumprimento dessas demandas um grande desafio.
A redução da mão de obra estrangeira qualificada tem impactado diretamente a produção e elevado os custos operacionais. As consequências práticas são visíveis, já que tanto os programas de construção de navios quanto de equipamentos militares estão atrasados, o que prejudica a capacidade dos Estados Unidos de manter a sua supremacia militar.
A falta de habilidades especializadas, como soldagem, eletrônica e pintura, tem alterado significativamente os cronogramas de construção naval. Segundo dados do portal Defense One, a situação é alarmante: a produção de navios de guerra caiu para seu nível mais baixo em 25 anos.
A presença de imigrantes e suas habilidades nas funções necessárias para a construção naval está diretamente ligada às tradições dos países de origem, que possuem uma longa história de trabalho em engenharia e metalurgia. Mesmo as funções secundárias, como limpeza, manutenção e pintura, estão com escassez de mão de obra.
O que a indústria militar tem feito para enfrentar esse problema?
Para lidar com essa escassez de mão de obra, a indústria está tentando atrair trabalhadores nativos por meio de recrutamento e seleção. Além disso, as fábricas estão reformulando suas operações, investindo em automação para tornar os empregos mais atraentes. O país também está investindo em campanhas publicitárias na TV para divulgar as vagas, além de oferecer treinamento técnico em áreas como engenharia e fabricação de submarinos.
A força de trabalho nos estaleiros e a imigração
Os estudos indicam que uma grande parte da força de trabalho nos estaleiros é composta por imigrantes, muitos dos quais não têm documentação. Embora os números exatos sejam difíceis de obter, sabe-se que funções como manutenção de embarcações e soldagem são essenciais e são realizadas em grande parte por trabalhadores imigrantes.
A dificuldade de identificar o número exato de trabalhadores sem documentação se deve ao uso de subcontratados terceirizados pelos estaleiros, especialmente aqueles que têm contratos com o governo dos Estados Unidos. A falta de documentação torna difícil a fiscalização e a identificação desses trabalhadores.
É importante notar que os estaleiros possuem diversas fases no processo de construção de embarcações, como o design, o corte de aço, a montagem, a instalação, a pintura e a finalização.
Cada uma dessas etapas exige um trabalho preciso e eficiente, e a colaboração de uma força de trabalho diversificada é crucial para o sucesso do processo. A diversidade de colaboradores impacta diretamente no resultado final da construção das embarcações, sendo essencial para que o produto final atenda aos padrões necessários.
Exploração de imigrantes nos estaleiros
A exploração de imigrantes nos estaleiros é um problema significativo. Muitos trabalhadores imigrantes, especialmente os sem documentos, são empregados em condições precárias, com longas jornadas de trabalho e sem a garantia de salários dignos ou benefícios.
Em casos mais extremos, alguns desses trabalhadores morrem durante o expediente, e suas famílias não recebem qualquer compensação, já que não são regularizados. Isso evidencia as condições de exploração a que esses trabalhadores estão sujeitos, agravando ainda mais os desafios enfrentados pela indústria de construção naval nos Estados Unidos.