Na semana passada, em meio a dezenas de acontecimentos significativos na política e economia, um vídeo exibido no programa jornalístico Bom Dia Brasil nos surpreendeu, não pela informação que passou (banal, irrelevante, microscópica). Mas, pela importância dada ao material, a ponto de mostrá-lo em rede nacional.
Dizem que a grande mídia supre a expectativa dos usuários. Será que é isso que esperam os telespectadores do programa matinal da Globo?
Acreditamos que não.
Para os Generais a questão é outra, se trataria de tentativa deliberada de denegrir o Exército Brasileiro, instituição que se encontra no TOPO da credibilidade dos brasileiros.
Se existe realmente essa intenção de desacreditar o Exército, quais seriam os motivos?
Seria revanchismo pelo que as Forças Armadas fizeram no passado ou, diante do caos vivido pelo país, medo do que estas poderiam fazer no futuro?
Os militares brasileiros não “entraram na onda” de seus congêneres de países vizinhos, permanecem como guardiões do Estado e instituições democráticas. Isso parece assustar muito.
O vídeo, que data de mais de um ano, mostra alguns recrutas, militares não profissionais, carregando armas e dançando. Na época, o Exército resolveu a situação de maneira rápida e discreta, como deve ser.
Vejam o texto do General Purper, editor de opinião do CM.
PALPITE INFELIZ
Hoje, 27 de agosto, no programa Bom Dia Brasil da TV Globo, o jornalista Chico Pinheiro apresentou um antigo vídeo que mostrava um grupo de soldados armados dançando funk. O apresentador, notório esquerdista e crítico mordaz do Exército, com um sorriso nos lábios, comentou: “Dragões!!! Que mico!!!”.
Em seguida, a jornalista que apresentava a matéria informou que o vídeo tinha mais de um ano e que os engraçadinhos tinham sido expulsos do Exército.
Será essa uma “homenagem” ao Exército na Semana do Soldado? Estaria Chico Pinheiro insinuando que aquele comportamento é normal nos quartéis? Não teria nada de mais atual para mostrar?
Infelizmente para o arauto da esquerda televisiva, o Exército continua sendo, há décadas, a instituição mais respeitada e de mais credibilidade junto ao povo brasileiro, o que é comprovado em todas as pesquisas de opinião.
Num momento difícil e vergonhoso da vida nacional, em que representantes das mais altas esferas políticas são indiciados nas malhas corruptas do petrolão, atacar a instituição de mais elevado prestígio do país, utilizando um vídeo antigo e ridículo, só pode ser considerado um palpite infeliz.
E o jornalista teria tantas notícias mais atuais e importantes para mostrar…
Poderia, por exemplo, falar sobre o sindicalista e presidente nacional da CUT, Vagner Freitas de Moraes, que ameaçou botar seu exército na rua, de armas na mão, em defesa do mandato da presidente; e que faz parte do Conselho de Administração do BNDES, juntamente com outros membros de ministérios, sindicalistas e representantes de empregados – note-se que no referido Conselho não há representantes do empresariado nacional. Ainda a respeito do mesmo cidadão, o repórter poderia noticiar algo a respeito do processo a que responde por sua atuação à frente da Bancoop, a cooperativa de bancários de São Paulo que foi à falência depois de desviar grandes somas para o PT, sem dar conta dos depósitos de milhares de cooperados que esperam até hoje por seus imóveis – no entanto, concluiu sem problemas o apartamento luxuoso em que vive o ex-presidente Lula.
A propósito, quem substituiu Vagner Freitas na Bancoop? João Vaccari Neto, o homem do PT no petrolão. Nada acontece por acaso.
Quantas notícias mais interessantes e atuais do que a de um grupo de recrutas dançando funk há um ano, não é mesmo? Ou será que essas notícias não interessam ao repórter ou a seus patrões?
Gen Clovis Purper Bandeira é Editor de Opinião do Clube Militar.