O Irã tentou expandir sua força aérea na década de 1990, adquirindo caças MiG-29 Fulcrum, conhecidos por sua capacidade de manobras avançadas e tecnologia sofisticada. Após o colapso da União Soviética, várias repúblicas herdeiras, incluindo a Moldávia, herdaram estas aeronaves de combate, mas não tinham recursos para mantê-las operacionais. Essa situação abriu espaço para a venda das aeronaves no mercado internacional, e o Irã mostrou grande interesse em adquiri-las.
O MiG-29, projetado durante a Guerra Fria para rivalizar com os americanos F-15 e F-16, era considerado um dos caças mais avançados de sua época. Equipado com mísseis AA-11 Archer e um sistema de mira montado no capacete, ele superava seus concorrentes ocidentais em diversos aspectos tecnológicos. No entanto, a possibilidade de o Irã adquirir versões nucleares desse caça alarmou os Estados Unidos, que temiam que a movimentação desestabilizasse o Oriente Médio e comprometesse aliados como Israel.
A compra americana para evitar uma ameaça iraniana
Em 1997, os EUA intervieram diretamente na negociação entre o Irã e a Moldávia. Alegando preocupações com a segurança regional e global, o Departamento de Defesa americano firmou um acordo com o governo moldavo para adquirir 21 unidades do MiG-29. Esse pacote incluía seis MiG-29A, um MiG-29B e 14 MiG-29C, além de mísseis ar-ar e equipamentos de manutenção.
Os caças foram transportados para a Base Aérea Wright-Patterson, nos Estados Unidos, onde foram submetidos a análises detalhadas. Os americanos desmontaram as aeronaves para estudar seus componentes, capacidades de combate e desempenho tecnológico. Os dados obtidos forneceram uma vantagem estratégica significativa para os EUA, que também usaram os caças em treinamentos avançados de combate aéreo.
Impacto no Irã e na tecnologia de defesa americana
Para o Irã, a perda dos caças moldavos foi um golpe significativo. O país já operava uma frota limitada de MiG-29 adquiridos da União Soviética em 1989 e buscava expandi-la de forma econômica. A aquisição das aeronaves moldavas representaria um avanço estratégico, especialmente se incluísse as versões nucleares. Sem essas aeronaves, o Irã precisou recorrer a alternativas como a modificação de F-4 e Su-24 para possíveis capacidades nucleares.
A intervenção americana também foi uma oportunidade para Israel. O país conseguiu alugar três MiG-29 de um país do Leste Europeu, realizando testes e simulações contra seus próprios caças F-15 e F-16. Essas experiências confirmaram a letalidade e agilidade do MiG-29 em combates aéreos de curto alcance, fornecendo dados valiosos para o aprimoramento de suas próprias estratégias e tecnologias.
Legado dos mig-29 adquiridos pelos EUA
Os MiG-29 moldavos permaneceram em operação nos Estados Unidos por anos, sendo usados em treinamentos de combate dissimilar e testes tecnológicos. Relatórios indicam que alguns desses caças ainda podem estar em uso, fornecendo suporte a estudos secretos do Departamento de Defesa.
A decisão dos EUA de adquirir as aeronaves foi um marco na contenção das ambições militares do Irã e no aprofundamento do conhecimento americano sobre a tecnologia soviética. Apesar das décadas que se passaram, o MiG-29 ainda é um símbolo de como a política internacional pode influenciar diretamente o campo de batalha.
Com informações de: eurasiantimes