O PCC (Primeiro Comando da Capital), que nasceu em São Paulo, tem utilizado ONGs como fachada para suas operações ilegais no sistema penitenciário brasileiro. Essa estratégia permite à facção criminosa influenciar políticas públicas e desestabilizar o sistema de justiça criminal, segundo apuração da EBC. Materiais apreendidos pela Polícia Civil na operação Scream Fake, analisados na 6ª feira (24.jan.2024), mostraram vínculos da facção criminosa PCC com dirigentes e advogados de uma ONG (organização não governamental) que atuava na defesa de mudanças do sistema penitenciário brasileiro, noticiou o Poder 360.
A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo descobriram essa tática durante a operação Scream Fake. As autoridades cumpriram 12 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra membros de uma ONG suspeita de envolvimento com o PCC, segundo informações do SBT News.
As investigações revelaram que a ONG em questão foi criada e mantida pela facção criminosa. Essa organização atuava como parte do chamado “setor de reivindicações” do PCC, responsável por promover ações judiciais ilegítimas e manifestações populares – sao informações do O GLOBO.
O objetivo era manipular o sistema
O objetivo dessas ações era desestabilizar o sistema de justiça criminal e manipular a opinião pública contra o poder estatal. A ONG organizava protestos e apresentava denúncias infundadas sobre supostos abusos no sistema penitenciário.
Além disso, a facção utilizava a ONG para contratar profissionais de saúde, como médicos e dentistas, para atender membros de alto escalão do PCC nas prisões. Esses profissionais muitas vezes desconheciam sua ligação com o crime organizado.
A operação Scream Fake também descobriu que advogados ligados à ONG gerenciavam outros departamentos da organização criminosa, como o setor de saúde. Eles selecionavam e contratavam profissionais para realizar até mesmo procedimentos estéticos em presidiários.
O financiamento dessas atividades vinha de recursos obtidos através de práticas criminosas, intermediados pelo setor financeiro do PCC. A ONG não captava recursos públicos ou privados, servindo apenas como fachada para as operações da facção.
Essa descoberta ressalta a necessidade de maior regulação e fiscalização das ONGs que atuam no sistema penitenciário. A falta de controle tem permitido que organizações criminosas se infiltrem em instituições legítimas para promover seus interesses ilegais