Após solicitação de informações sobre os chamados “kids pretos”, que se tornaram cada vez mais conhecidos e enriquecem o imaginário popular sobre as operações especiais, as Forças Armadas prestaram esclarecimentos aos parlamentares sobre o tema.
De início, Marinha do Brasil e Força Aérea informaram que não possuem “kids pretos” nas corporações. O Exército Brasileiro, comandado pelo general Tomás Miné, encaminhou ofício descrevendo de forma detalhada como se dá a seleção, etapas dos treinamentos e estrutura hierárquica. Entretanto, o ofício encaminhado não entra em detalhes sobre o emprego de elementos de forças especiais em diversas situações de guerra ou não guerra
Trechos do documento sobre os Kids Pretos encaminhado pelo Exército para a Câmara dos Deputados
“… treinamentos são realizados em complexidade progressiva, com aulas teóricas e práticas, sendo dividido em quatro fases: seleção Inicial para verificar a aptidão física e mental dos candidatos; treinamento básico objetivando a fortalecimento físico e a introdução às táticas, técnicas e procedimentos (TTP) fundamentais; treinamento avançado que visa especializar em áreas específicas; e missões simuladas para aplicação prática das habilidades, em diversos ambientes operacionais.”
“… Cabe destacar a atuação das Forças de Operações Especiais em todos os grande eventos que o país sediou, dentre os quais a criação de um Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT) durante a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, tanto na sede (Rio de Janeiro), quanto em diversas outras cidades como Manaus, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo. Tais especialistas atuaram em coordenação com equipes da Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal e das
Polícias Militares das Unidades da Federação que sediaram eventos. De igual maneira, tropas especializadas têm sido constantemente empregadas em operações na faixa de fronteira, em particular nas ações mais complexas, em conjunto com militares que servem na região e com integrantes da Polícia Federal.”
“Ressalte-se que todos os países da América do Sul possuem elementos especializados em Operações Especiais em suas Forças Armadas e, dada a importância do tema, há inclusive um exercício militar anual de todo o continente americano, sob a forma de competição, denominado “Fuerzas Comando”. Em 2024, como referência, houve a participação de 17 (dezessete) países: Argentina, Belize, Brasil, Colômbia, Costa Rica, El
Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Perú, República Dominicana e Trinidad e Tobago”
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar