Braga Neto e sua nova função de “PRESIDENTE OPERACIONAL” – Interpretações grotescas!
Resposta a vários questionamentos recebidos de quarta para quinta sobre intervenção militar, Bolsonaro ser “presidente de fachada” ou “generais na verdade é que comandam”!
Escrevo de forma rápida e informal
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Nessa quarta-feira, primeiro de abril de 2020, vários grupos de direita nas redes sociais – extremamente empolgados – republicaram notas informando que o general Braga Neto seria a partir de agora o “presidente executivo” do Brasil.
A coisa toda derivou de um artigo postado no site Defesanet.
Quem conhece a mídia de direita a fundo sabe muito bem que keywords como intervenção, interventor e general são como uma espécie de isca mental para uma parcela significativa da sociedade que ainda acredita que militares devem assumir o controle do país.
São incontáveis os casos em que milhares de pessoas – empolgadas – disseram, a partir de notícias rotineiras que informavam movimentação de viaturas militares, nomeação de generais ou discursos de oficiais, que estava começando a intervenção. Ao longo dos últimos anos surgiram até alguns civis, “especialistas em comportamento militar”, marcando datas e mais datas para a realização da chamada intervenção militar.
Notas assim são de sua lavra: “__Conversei com uma fonte militar do alto escalão e ele me disse que está certo, a intervenção começa na semana que vêm ….” .
Lemos e ouvimos coisas desse tipo em mais que uma centena de ocasiões e todas as vezes que dizíamos que era mentira, invenção ou devaneio fomos chamados de melancias, petistas, esquerdistas. Certa vez disseram que a Revista Sociedade Militar era na verdade do governo russo, arrumaram até um IP russo pra gente, fizeram uma arte e divulgaram por aí.
Rimos muito nesses momentos
O Texto no DEFESANET na verdade deriva de artigo publicado no Estadão em 13 de fevereiro, na época da nomeação do General Braga Neto para a Casa Civil. Chama-me a atenção a habilidade do articulista ao cunhar o termo “presidente-operacional”, a coisa deixou os intervencionistas mais radicais a beira de uma espécie de orgasmo-patriótico.
A nota do Defesanet
— “… enquanto a grave situação de crise perdurar, o general será o “presidente operacional” do Brasil. Braga Neto assume para distender e organizar… de “Interventor no Rio de Janeiro” é o “Chefe do Estado-Maior do Planalto”, uma posição bem mais abrangente do que a já poderosa função de Ministro-Chefe da Casa Civil. Geralmente o coração de um governo pelos múltiplos tentáculos e influência que possui.” —
A nomeação do general Walter Souza Braga Netto, como ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, no lugar de Onyx Lorenzoni, foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira, 14 de janeiro de 2020.
Quanto à função, ESTADO-MAIOR DO PLANALTO, se trata apenas um comentário de oficial, colega de turma, que – entrevistado pelo Estadão – tentou, fazendo uma analogia, explicar a futura atuação de Braga Neto, o novo chefe da casa civil. Estado Maior nada mais é que o termo utilizado para definir a equipe que assessora um líder militar em suas decisões mais importantes. O Estado Maior atua, entre outra coisas, na coleta de informações para embasar decisões, na coordenação e na distribuição das ordens para subordinados.
Algumas das mensagens que recebi ontem – contraditórias! – de gente que se diz apoiador de Bolsonaro deram-me a entender que alguns na verdade acreditam que o atual presidente não teria capacidade de governar, que preferem que seja uma espécie de testa de ferro de um general não eleito. Uma delas: “agora sim, quem comandará tudo é um general, Bolsonaro fica só na representação”
As vezes isso parece – de certa forma – com o discurso da esquerda, que a todo momento tenta desacreditar o presidente Jair Bolsonaro e taxá-lo de incompetente.
Paradoxos de nossa sociedade!
Braga Neto é competente sim, mas é só mais um assessor, como o são outros oficiais generais.
Como foi Santa Rosa e Santos Cruz, também recebidos com empolgação pela sociedade.
Robson Augusto é militar RRm, jornalista e cientista social// Revista Sociedade Militar